Pesquisadores usaram método tecnológico inovador para analisar o passado da antiga cidade
Uma equipe que mistura cientistas dinamarqueses e noruegueses propôs uma nova interpretação do fim da cidade de Palmira, que foi fundada no Neolítico e se tornou um importante centro econômico e cultural antes de ser completamente abandonada no início do século 3.
A narrativa mais aceita é de que o local, que fica no território correspondente hoje à Síria, foi devastado por uma invasão do Império Romano. No estudo publicado na revista científica Plos One, todavia, os pesquisadores afirmaram que, previamente à chegada dos romanos, que deram o golpe final no povoado, a próspera Palmira já enfrentava dificuldades.
Para chegar às suas conclusões, eles reuniram uma enorme quantidade de dados a respeito da época, usando modelos computacionais para simular a quantidade máxima de alimento que podia ser produzido pelo solo encontrado na região, o que foi então cruzado com os registros climáticos da época para maior precisão. As informações foram repercutidas pelo Phys.org.
A descoberta dos cientistas foi de que a cidade, que fica em meio ao deserto sírio, passava por uma clássica situação de escassez de comida, em parte causada por uma mudança climática gradual, que tornou o local mais quente e seco, e em parte ocasionada pelo desenvolvimento da própria Palmira.
Vemos agora que a segurança alimentar, sempre a principal preocupação de um grande centro urbano situado em um ambiente altamente inóspito, foi gradativamente reduzida com a deterioração do clima e o crescimento populacional da cidade", explicou Iza Romanowska, uma das autoras do artigo, ainda segundo o Phys.org.
As ruínas de Palmira foram descobertas no século 17. Sua última governante foi a rainha Zenobia, que costuma ser responsabilizada por trazer a desgraça para sua terra ao desafiar o Império Romano.
A nova pesquisa, todavia, mostra que, mesmo antes do devastador conflito, a cidade já estava em declínio.
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