Novo pacote de reformas aumenta o poder do presidente, que sairá do cargo em 2024, e reaproxima o Estado da Igreja Ortodoxa
Em nova emenda constitucional enviada ao Poder Legislativo na Rússia, Vladimir Putin pretende proibir constitucionalmente o casamento homoafetivo, definindo em texto o matrimônio como a união entre um homem e uma mulher. Proposta segue projeto putinista de aproximação com a Igreja Ortodoxa, que o apoia politicamente em sua cruzada contra os valores “ocidentais”.
Medida segue a lógica das últimas reformas institucionais aprovadas no país, que aumentam os poderes do Primeiro-ministro, cargo que Putin deve assumir após o fim de seu mandato presidencial. Sobre o apoio à homossexualidade, o político afirmou que “enquanto eu for presidente, isso não acontecerá. Haverá um pai e uma mãe”, segundo o The Guardian.
O texto de reforma enviado ao Parlamento deve ser votado até o mês de abril, após aprovação legal da casa e do Tribunal Constitucional. Em outros trechos, ligados a assuntos distintos, o texto afirma que a Rússia será nomeada sucessora da União Soviética, mas que um dos princípios básicos da nação é a “fé em Deus” e a “defesa da verdade histórica”.
Cada vez mais o ex-KGB fortalece seu poder como mandatário do país, coisa que é há 20 anos, e seu programa de soberania política passará pelo fortalecimento do centralismo geográfico unificante: novo texto também proíbe a Rússia de ceder territórios a outras nações, o que agrava a crise da ocupação da Ucrânia.