Informação de que crianças estão entre as vítimas da repressão parte de relatório de ONG
Ao menos 185 pessoas já morreram durante os protestos que tomaram as ruas do Irã, há cerca de três semanas. Entre os mortos estão 19 crianças, como aponta a organização Direitos Humanos no Irã em relatório divulgado no último sábado, 8. Metade das mortes se deram nas províncias de Sistão e Baluchistão.
Autoridades do país têm sido pressionadas desde o dia 16 de setembro, quando MahsaAmini, jovem de 22 anos de idade, morreu em um hospital de Teerã após um período sob custódia policial por supostamente violar o código de vestimenta da República Islâmica. Desde então, manifestantes pedem a queda do líder supremo do país, Aiatolá Ali Khamenei.
Na última sexta-feira, 7, a ONG anteriormente citada confirmou a morte da adolescente Sarina Esmailzadeh, de 16 anos, durante os protestos de 22 de setembro, de acordo com informações do UOL.
Segundo a fonte, a jovem foi morta por golpes de bastão por parte das forças de segurança do Irã. As autoridades, no entanto, teriam falsificado ligações de supostos membros da família da garota a fim de afirmar que a causa da morte foi suicídio.
"Depois de analisar as evidências e falar com testemunhas oculares e fontes próximas, a ONG Direitos Humanos do Irã confirma o assassinato estatal de Sarina e condena veementemente a pressão sobre sua família pelas agências de segurança para forçá-los a repetir a falsa narrativa de suicídio", diz a fonte, que exigiu o processo legal internacional e sanção dos diretores da IRIB (República Islâmica do Irã Broadcasting).
"O IRIB contribui para encobrir esses crimes ao divulgar e publicar confissões forçadas e contas falsas. São cúmplices dos crimes e devem ser responsabilizados", disse o diretor da Direitos Humanos do Irã, Mahmood Amiry-Moghaddam.