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Notícias / Arqueologia

Prisão da era romana e mensagens de prisioneiros são descobertas na Grécia

Restos de antiga prisão romana são encontrados em Corinto, na Grécia; "não tenha misericórdia daquele que nos jogou aqui", escreveu prisioneiro

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 12/08/2024, às 10h19

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Restos antigos na cidade de Corinto, na Grécia - Getty Images
Restos antigos na cidade de Corinto, na Grécia - Getty Images

Recentemente, o arqueólogo Matthew Larsen identificou em Corinto, na Grécia, os restos do que seria uma antiga prisão da época romana, sendo uma das poucas já encontradas. Porém, o que mais chama atenção no achado, que inclusive ajudou na descoberta, foram uma série de grafites encontrados ali.

No periódico Hesperia, Matthew Larsen escreveu que "prisões devem ter existido em quase todas as cidades romanas, pelo menos aquelas que tinham um fórum. [...] No entanto, os restos arqueológicos de prisões provaram ser extremamente difíceis de identificar. Há poucas evidências de como seria uma prisão romana ou onde ela estaria localizada".

Segundo o Live Science, a prisão data de cerca de 1.600 anos, quando o Império Romano controlava a região e o cristianismo estava em ascensão na região. No chão do local, o arqueólogo encontrou grafites com súplicas escritas em grego, pedindo para que aquele que prendeu os prisioneiros não merecessem misericórdia.

Que a fortuna daqueles que sofrem neste lugar sem lei prevaleça. Senhor, não tenha misericórdia daquele que nos jogou aqui", está escrito em um dos grafites.

Um detalhe destacado por Larsen é que todos os grafites foram escritos dentro dos limites de rachaduras no piso, o que sugere que, quando o piso do local foi colocado, já havia rachaduras ali. Os prisioneiros escreveram os apelos dentro das rachaduras, o que reforça a hipótese de que o local tenha sido, de fato, uma prisão no passado.

Além disso, também foram encontrados no local restos de "olpai" (antigos tipos de jarras) e lâmpadas no corredor leste da prisão, que serviriam para fornecer água e alguma luz aos prisioneiros.

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Prisões sombrias

Segundo Larsen em e-mail ao Live Science, as condições a que os prisioneiros eram submetidos provavelmente eram horríveis. Pelos grafites, "você tem a sensação de que eles estão em um espaço muito escuro, que não podem ser ouvidos", explica o arqueólogo.

Outra inscrição do local sugere, inclusive, que um grupo de prisioneiros passou um inverno inteiro por ali. "Portador de Deus, retribua [a punição dada por] Marinos, aquele que nos jogou aqui e nos fez passar o inverno", diz uma inscrição. "Este provavelmente teria sido um lugar incrivelmente frio no inverno", acrescenta Larsen.

Também havia ali inscrições com representações de tabuleiros de jogos, o que sugere que os prisioneiros mantidos ali poderiam inclusive ter jogado algo para passar o tempo. Outros grafites, além daqueles amaldiçoando quem prendeu aquelas pessoas, pediam por libertação: "Senhor Deus e justiça pura, resgate deste lugar os dois irmãos. Cristo, proteja Boudis e John".

Havia também um grafite em alusão às amantes dos prisioneiros: "A fortuna das belas moças que amam os homens solteiros prevalece", diz. Porém, certamente o mais recorrente são inscrições pedindo por vingança contra aqueles que os aprisionaram: "Senhor, faça com que morram uma morte horrível", diz outra.