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Notícias / Arqueologia

Primeiros colonos ingleses na América do Norte se alimentaram de cães

Segundo novo estudo, para sobreviver ao Tempo da Fome, os primeiros colonos ingleses na América do Norte precisaram se alimentar de cães

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 28/05/2024, às 12h54

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Pintura representando os primeiros colonos interagindo com nativos durante a colonização da América do Norte - Getty Images
Pintura representando os primeiros colonos interagindo com nativos durante a colonização da América do Norte - Getty Images

Entre os séculos 16 e 18, a América do Norte foi palco do processo da colonização inglesa, com pequenos povoados que, posteriormente, formariam as 13 colônias da costa leste dos Estados Unidos.

Nesse cenário, os colonos lidaram com várias adversidades no plano, incluindo as nações nativas que aqui viviam, doenças, o risco de explorar uma região desconhecida e, inclusive, a fome.

Segundo um novo estudo, publicado em 22 de maio na American Antiquity pela Cambridge University Press, em nome da Society for American Archaeology, a fome em Jamestown, o primeiro assentamento britânico fundado para ser permanente, teria levado os colonos até mesmo a atos mais extremos, como se alimentarem de cães.

+ Jane, o esqueleto que mostrou possível canibalismo de colonos em Jamestown

A partir de uma nova investigação, os pesquisadores analisaram ossos de cães de origem indígena encontrados em Jamestown, e notaram marcas de pancadas, que matariam os animais, e marcas específicas de corte, indicando desmembramento para consumo.

Com isso, agora se abrem novas perspectivas sobre como foi a vida para os colonos britânicos, bem como para as comunidades indígenas que precisavam lidar com o surgimento de potências coloniais.

Além do mais, o estudo também sugere que estes colonos até mesmo dependiam de comunidades indígenas locais para sobreviver, especialmente durante o período inicial.

Os cães, que eram seis, eram de ascendência indígena, e viveram em Jamestown entre 1609 e 1617, conforme descobriram os pesquisadores no estudo. Eles compartilhavam semelhanças mitogenômicas com cães também do período Hopewellian, Mississippian e Late Woodland, daquela região.

Esse dado, por sua vez, justifica a existência desses cães dentro do Forte, além de revelar mais sobre o consumo de cães indígenas pelos residentes de Jamestown, que pode ser percebida inclusive não só durante, mas também antes e depois do período da fome.

Embora o consumo de carne de cão nas sociedades ocidentais modernas seja considerado um tabu, há uma longa história de consumo de cães durante períodos de estresse na Inglaterra e em outras partes da Europa", escreveram os pesquisadores no estudo.

Queda de Jamestown

Segundo o Arkeonews, próximo ao fim do primeiro ano de colonização em Jamestown, cerca de dois terços dos colonos originais morreram, em decorrência de doenças, desnutrição ou mesmo violência. 

Por isso, a colônia foi quase abandonada na primavera de 1610, após enfrentar um inverno rigoroso muito marcado pela "violência com as tribos vizinhas, secas, colheiras fracas, falta de abastecimentos e fome severa conhecida como o Tempo de Fome", descrevem os pesquisadores.