Ação coletiva foi apresentada ao Tribunal Superior do Estado da Califórnia no início do mês; entenda!
Um robô de inteligência artificial projetado para servir como advogado acabou causando uma enorme encrenca judicial para sua empresa, a DoNotPay. Isso porque a start-up está sendo processada pelo escritório de advocacia americano Edelson.
Na queixa, apresentada em 3 de março ao Tribunal Superior do Estado da Califórnia, o escritório alega que a DoNotPay enganou seus clientes e deturpou seu produto ao fazer o robô “se passar por um profissional licenciado”.
Além disso, segundo repercute o Daily Mail, o escritório de advocacia Edelson, com sede em Chicago, alegou que o serviço é “ilegal” e que a própria empresa possui documentos oficiais “abaixo do padrão”.
Infelizmente para seus clientes, DoNotPay não é realmente um robô, um advogado ou um escritório de advocacia. A DoNotPay não é formada em direito, não está filiada em nenhuma jurisdição e não é supervisionada por nenhum advogado”, diz um trecho da ação coletiva.
Segundo a Business Insider, a descrição de DoNotPay de si mesma como o “primeiro advogado robô do mundo” é incorreta e ilegal. A empresa ainda estaria induzindo seus clientes a acreditarem que estão recebendo aconselhamento jurídico de alta qualidade, quando a realidade é outra.
“O DoNotPay é apenas um site com um repositório de — infelizmente, abaixo do padrão — documentos legais que, na melhor das hipóteses, preenchem uma encheção de linguiça judicial com base nas informações fornecidas pelos clientes”, acrescenta o escritório.
A DoNotPay ganhou fama na Internet por suas alegações de ajudar os clientes a se livrarem de multas de estacionamento, recuperar fundos de empresas de TV a cabo ou até gerenciar outras disputas legais de baixo grau por um robô de inteligência artificial.
Porém, no início deste ano, a empresa anunciou que estava buscando voos mais altos com a ajuda do ChatGPT, da OpenAI. A DoNotPay alegou estar levando uma versão piloto de um “advogado robô” alimentado por IA para a sala do tribunal, que atuaria em casos de multa por excesso de velocidade, por exemplo.
Além do mais, Joshua Browder, CEO da start-up, se ofereceu para pagar US$ 1 milhão a qualquer advogado disposto a deixar sua inteligência artificial defender um caso perante a Suprema Corte dos Estados Unidos.