Emmanuel Macron criticou a violência presente em protestos contra a reforma da previdência — e a comparou ao ataque de 8 de janeiro ocorrido no Brasil
Durante entrevista realizada nesta quarta-feira, 22, o presidente francês Emmanuel Macron comparou os distúrbios ocorridos nas manifestações contra a reforma das aposentadorias com a invasão da sede dos Três Poderes no Brasil em 8 de janeiro e o ataque ao Capitólio nos Estados Unidos.
Na ocasião, o político defendeu a nova lei e ressaltou que ela deve ser implementada até o final deste ano. Além disso, Macron afirmou que não tolerará qualquer tipo de violência, seja de grupos subversivos ou facções. Ele também comentou sobre a decisão do governo francês de adotar a reforma da Previdência sem a votação dos deputados.
"Quando os Estados Unidos viveram o que viveram no Capitólio, quando o Brasil viveu o que viveu (...), digo muito claramente, não podemos aceitar nem os subversivos, nem as facções", declarou o chefe de Estado à TV francesa. "Não vamos tolerar qualquer tumulto", ressaltou, segundo a agência RFI.
Apesar da forte oposição popular contra a reforma, o presidente argumentou que as mudanças são de interesse público e, portanto, necessárias.
"Esta reforma é necessária. Ela não me agrada, gostaria de não a ter feito, mas também me comprometi a fazê-la", declarou Macron, que insistiu que a lei deve entrar em vigor até o final de 2023 "para que as coisas se encaixem".
"Por que chegamos a este momento? Porque durante uma década dissemos ao país que podíamos gastar sem produzir", afirmou. "Isso não funciona. É uma mentira", disse o presidente, que afirmou ter pressa para implementar a reforma para que 1,8 milhão de aposentados "passem a ter um acréscimo de cerca de 600 euros por ano em média" nas aposentadorias.