Pedro Castillo, atual presidente do Peru, se elegeu em julho de 2021 pelo partido de esquerda Peru Livre
Atualmente, o Peru vive um momento de grande tensão política. Na última terça-feira, 19, por exemplo, mais de 60 dos 130 membros do Congresso do Peru apresentaram um pedido para a destituição do atual presidente Pedro Castillo do cargo, sob alegação de que ele teria "incapacidade moral" de exercer a função.
O pedido de impeachment, chamado pelos membros do Congresso de "moção de vacância", já é o terceiro desde que Castilloassumiu o poder ao fim de julho de 2021, 16 meses atrás.
Vale ressaltar que o presidente foi eleito pelo partido de esquerda Peru Livre, e a proposta foi impulsionada especialmente pelo parlamentar de centro, Edward Málaga.
Propomos a vacância da Presidência da República, ocupada por José Pedro Castillo Terrones por ter incorrido na causal de permanente incapacidade moral", diz o texto da moção. "Configura-se a permanente incapacidade moral do presidente por graves erros técnicos que atentam contra a dignidade da figura presidencial."
De maneira geral, os favoráveis ao impeachment de Pedro Castillo são filiados a partidos de direita e centro-direita do Peru. No entanto, como informado pelo UOL, a Constituição do país determina serem necessários 87 votos a favor para remover um presidente — e até o momento somente 67 representantes concordaram com o pedido.
Anteriormente, em março, apenas 55 membros do Congresso votaram a favor do impeachment durante reunião do Congresso, enquanto a primeira solicitação, realizada ainda em dezembro de 2021, não chegou nem mesmo a ser discutida pelo plenário, como informado em texto da AFP ao UOL.
O pedido correndo atualmente surge em um contexto de crescente tensão entre o Executivo — controlado pela esquerda — e o Legislativo — controlado pela direita. Além das questões políticas e ideológicas, a pressão aumentou também após o Congresso começar a avaliar uma denúncia do Ministério Público contra Castillo, suspeito de corrupção.