Relatório divulgado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos denunciou possível execução e massacre durante protestos
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) divulgou na última quarta-feira, 3, um relatório denunciando a possível execução e massacre de manifestantes durante os protestos contra a presidente do Peru, Dina Boluarte. Segundo o texto, 50 pessoas teriam morrido em manifestações ocorridas entre dezembro e fevereiro.
A CIDH apontou os agentes do Estado como supostamente responsáveis por "múltiplas" mortes de civis e pediu à justiça peruana que investigue, julgue e puna os responsáveis.
De acordo com informações do G1, em Ayacucho, onde morreram 10 manifestantes, a comissão considerou as mortes como um possível massacre, dadas as circunstâncias. As vítimas foram atingidas por armas de fogo, incluindo balas de borracha, na parte superior do corpo.
A CIDH ressaltou que, por serem perpetradas por agentes do Estado, as mortes poderiam constituir execuções extrajudiciais. Além dos manifestantes, pessoas alheias às manifestações também foram atingidas.
Em resposta ao relatório, a presidente Boluarte negou a existência de execuções extrajudiciais e qualificação de massacre, mas afirmou a importância das investigações conduzidas pela promotoria e pediu que se determinem os responsáveis.
A chefe de Estado assumiu o poder em meio a manifestações de apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo, que foi destituído após uma tentativa fracassada de dissolver o Congresso e governar por decreto.
Castillo está em prisão preventiva em Lima, à espera da decisão da justiça sobre seu eventual chamado a julgamento.
O Ministério Público abriu uma investigação sobre a gestão de Boluarte e outros altos funcionários pelos supostos crimes de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves em janeiro. Entretanto, a presidente tem imunidade até o fim de seu mandato, em julho de 2026.