Relações humanas contribuem com a degradação de um dos principais pontos turísticos da região espanhola
Conhecida por suas dunas de areia selvagem perto de um farol à beira-mar, a Reserva Natural Especial Dunas de Maspalomas, na ilha de Gran Canária, na Espanha, é destino obrigatório para quem deseja conhecer a região.
Porém, o turismo no local está contribuindo para degradação da região por conta de um motivo inusitado: o sexo. Legalmente protegidas desde 1982, as dunas se tornaram o local ideal para quem busca liberdade sexual e privacidade — já que a região é remota.
Uma pesquisa publicada no Journal of Environmental Management, apontou que as dunas possuem 298 dos chamados “pontos de sexo” numa área que compreende mais de quilômetros quadrados.
Um dos pontos principais afetados com isso é a “vegetação densa e espessa” do local, assim como os nebkas, nome dado às dunas que se ‘criam’ ao redor dessas plantas.
O turismo sexual impacta em mais de oito espécies de vegetação, que muitas vezes são arrancadas do solo quando enrolam nos pés dos visitantes.
Além do mais, bitucas de cigarro, preservativos usados, papel higiênico e outros resíduos são deixados pela areia — que também serve como ‘banheiro público’.
De acordo com o estudo, quanto mais inerte o local, mais ele foi explorado pelos visitantes, apesar dos sacos de lixo deixados no local.
Até mesmo áreas onde a entrada do publico é proibida, nas chamadas “zona de exclusão”, foram localizados 56 pontos de sexo. Por lá, animais locais, como os lagartos gigantes da Gran Canária, são afetados.
"Muitos morreram depois de comer preservativos deixados por caçadores de prazer", explica Patrick Hesp, um dos autores do estudo. “Não estamos pedindo o fim do sexo em público, mas queremos que as pessoas estejam cientes dos danos que ele pode causar”.