Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná estão estudando a comunicação entre botos que vivem no litoral paranaense
Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão dedicando seus estudos ao "diálogo" entre os botos que habitam o litoral paranaense, identificando distintos sotaques nos sons emitidos por esses animais.
Os registros foram capturados por membros do Centro de Estudos do Mar (CEM). A pesquisadora Camila Domit destaca que os botos emitem um som caracterizado por um assobio agudo e contínuo.
Ao explicar o fenômeno ao portal de notícias G1, ela enfatiza que cada espécie de boto se comunica de maneira única, apresentando sotaques distintos. Mesmo entre os botos-cinza que habitam a região paranaense, a cientista destaca que há variações na forma de comunicação em diferentes localidades.
Desde 2003, os botos-cinza têm sido objeto de monitoramento por parte dos pesquisadores, que reconheceram o litoral paranaense como uma área crucial para alimentação, reprodução e desenvolvimento dos filhotes dessa espécie.
A pesquisadora ressalta que a comunicação entre os botos torna-se mais evidente durante a hora da alimentação, e os "sotaques" são considerados uma forma de adaptação desses animais para garantir sua sobrevivência.
Segundo ela, estudos indicam que a variação na forma de comunicação reflete tanto as condições ambientais, adaptando-se para uma alimentação mais eficaz e deslocamento adequado, quanto aspectos genéticos próprios de cada espécie.
O próximo estágio da pesquisa visa compreender o significado por trás dos sons emitidos pelos animais e como essa forma de comunicação é utilizada por eles.