Kepler-138c e Kepler-138d foram encontrados em 2014 pelo Telescópio Espacial Kepler da Nasa
Na última quinta-feira, 15, a revista Nature Astronomy divulgou uma pesquisa que revela evidências de dois exoplanetas com grande fração de água em vapor, em aproximadamente 218 anos-luz, descobertos por astrônomos da Universidade de Montreal, no Canadá.
Segundo informações publicadas pelo site Galileu, os pesquisadores compararam os tamanhos e massas dos chamados planetasKepler-138c e Kepler-138d, que já tinham sido identificados em 2016 pelos telescópios espaciais Hubble e Spitzer, e notaram que ambos possuem 1,5 vez o tamanho da Terra.
Outra conclusão, publicada em comunicado oficial, destaca que os astros podem ser “gêmeos”, devido às dimensões iguais, e, pela primeira vez, às identificações com uma alta fração de água.
Björn Benneke, coautor do estudo, explicou:
Antes pensávamos que planetas um pouco maiores que a Terra eram grandes bolas de metal e rocha, como versões ampliadas da Terra, e é por isso que os chamamos de superterras. No entanto, agora mostramos que esses dois planetas, Kepler-138c e d, são bastante diferentes em natureza: uma grande fração de todo seu volume é provavelmente composta de água".
Apesar dos “grandes envelopes de vapor d'água", descritos nos estudos como decorrentes das partes compostas por água em torno do núcleo rochoso dos planetas, os cientistas alertam para a questão da substância e dos oceanos não serem iguais aos da Terra, ou seja, na superfície.
Ainda segundo o portal Galileu, a temperatura nas atmosferas de Kepler-138c e Kepler-138d estão acima do ponto de ebulição da água, portanto, podem ser espessas e densas.
A estudante de doutorado do Trottier Institute for Research on Exoplanets (iREx) e líder da pesquisa, Caroline Piaulet, também ressaltou, em nota:
Somente sob essa atmosfera de vapor poderia haver água líquida em alta pressão, ou mesmo água em outra fase que ocorre em altas pressões, chamada de fluido supercrítico".