O pescador Romualdo foi encontrado dentro de freezer, em alto mar, no Suriname; veja vídeo
No último dia 11 de agosto, o pescadorRomualdo Macedo Rodrigues foi resgatado de uma situação que foi, possivelmente, a mais assustadora de sua vida. O homem foi encontrado por pescadores do Suriname em alto mar dentro de um freezer, que estava boiando na água.
O náufrago, que partiu do porto de Oiapoque, no Amapá, passou cerca de 11 dias à deriva no meio do Atlântico, após seu barco afundar. Ainda, depois disso, ele foi levado à Paramaribo, capital do país em que ele foi encontrado na água, e lá ficou detido por cerca de 16 dias, por estar sem documentação.
Em entrevista recente ao Domingo Espetacular, da TV Record, como informado pela UOL, o pescador explicou que decidiu subir no eletrodoméstico depois de ver que seu barco iria inevitavelmente afundar. Apesar de ter conseguido pescar, o barco apresentava rachaduras e Romualdo não conseguia impedir a água de entrar.
Comecei a secar, mas no outro dia não tinha mais jeito e foi para o fundo mesmo", contou em entrevista o pescador, que não sabe nadar. "Quando eu vi que não tinha jeito, eu peguei o freezer e fui embora."
Então Romualdo ficou abrigado dentro do eletrodoméstico por 11 dias, sem comer nada e nem beber água. Com o tempo, ainda, o pescador — que estava a cerca de 400 km da costa — começou a enfrentar outro medo: tubarões. "Eu pensava que ia ser atacado pelos tubarões porque em alto mar tem muito peixe curioso", explica.
Romualdo foi resgatado, finalmente, só no dia 11 de agosto, por um grupo de pescadores que decidiu se aproximar do freezer quando o avistou boiando no mar. Foi então, com surpresa, que perceberam que ali dentro havia uma pessoa.
Eu ouvi um barulho e tinha um barco em cima do freezer. Só que eles achavam que não tinha ninguém lá. Aí eles foram encostando devagar, minha vista já estava se apagando, aí eu falei: 'Meu Deus, o barco'. Levantei meus braços e pedi socorro", descreveu o náufrago.
Após chegar ao Suriname, Romualdo recebeu os primeiros socorros necessários, mas logo passou cerca de 16 dias encarcerado, visto que não estava portando documentos quando chegou ao país. O delegado Luís Carlos Porto, da Polícia Federal, acompanhou o homem após sua extradição ao Brasil, e contou que o náufrago ainda estava debilitado, mas consciente e melhor com relação ao momento do resgate, enquanto estava na sela.
Por fim, o pescador não tinha passaporte, então saiu do país vizinho com documentos especiais, em voo com destino à Belém, no Pará. Para ele, ainda, o dia da extradição foi "o dia mais importante" de sua vida, e relatou que a geladeira, para ele, "foi Deus" e "um milagre".