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Notícias / China

Perfis se passam por jornalistas para buscar informações sobre opositores do regime chinês

Profissionais da Reuters tiveram ‘identidade roubada’ por impostores que buscavam informações sobre protesto contra governo de Xi Jinping

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 01/03/2023, às 12h39

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Xi Jinping, presidente da República Popular da China - Getty Images
Xi Jinping, presidente da República Popular da China - Getty Images

No último sábado, 25, Badiucao, um cartunista e ativista chinês baseado na Austrália, revelou que dois jornalistas da Reuters tiveram suas identidades 'roubadas' e usadas para abordar opositores do regime de Xi Jinping

Segundo os relatos, repercutidos pela Folha, os jornalistas que tiveram suas identidades usadas seriam Brenda Goh, chefe da sucursal do veículo em Xangai, e Jessie Pang, correspondente em Hong Kong. 

Ambos tiveram contas falsas abertas em aplicativos como Telegram e Instagram no final de novembro. Desde então, essas contas buscam informações sobre manifestantes que protestaram contra a política de Covid zero implementada pelo governo na época. 

Os atos foram vistos como a maior demonstração de insatisfação contra Jinping desde que o homem assumiu o poder há cerca de uma década. 

O esquema 

De acordo com o cartunista, ele e pessoas próximas receberam mensagens em suas redes sociais de uma conta que dizia pertencer a Pang solicitando informações sobre o Citizens Daily, veículo virtual que foi muito usado pelos manifestantes

Para dar veracidade à farsa, o suposto perfil de Pang deu informações sobre a formação da jornalista e ainda compartilhou publicações recentes dela, além de enviar a foto de sua credencial — que já havia expirado. 

Badiucao revelou que passou a suspeitar da farsa quando pediu que a suposta jornalista fizesse algum tipo de sinalização por sua conta verificada no Twitter; o que ela disse ser impossível, visto que o perfil era administrado pela Reuters. Algo parecido foi feito com Goh

Um representante do Citizens Daily apontou que a farsa pode ter sido usada pelo governo chinês para perseguir opositores, mas não existem evidências que fundamentem a suspeita. Até o momento, nenhum órgão do governo da China se pronunciou sobre o assunto.