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Notícias / Arqueologia

Pegadas de 300 mil anos de humanos arcaicos são encontradas na Alemanha

As impressões, perfeitamente preservadas, também incluem a primeira evidência de elefantes na região; veja imagens!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 17/05/2023, às 11h28

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Rastro de pegadas encontradas na Alemanha - Senckenberg Center for Human Evolution and Paleoenvironment
Rastro de pegadas encontradas na Alemanha - Senckenberg Center for Human Evolution and Paleoenvironment

Cientistas acreditam terem descoberto uma das primeiras pegadas humanas, datadas de 300.000 anos atrás, após localizarem rastros deixados por uma família de uma espécie extinta de humanos arcaicos.

As impressões, perfeitamente preservadas, são de uma família de "pessoas de Heidelberg" e foram identificadas na Alemanha. Essa subespécie de humanos arcaicos, conhecidos como Homo heidelbergensis, desapareceu há cerca de 28.000 anos. 

Conforme repercutido pelo Daily Mail, os Homo heidelbergensis foram extintos, segundo especialistas, devido às mudanças climáticas. A subespécie foi a primeira a construir casas e caçar animais de grande porte. 

Os vestígios das "pessoas de Heidelberg" foram descobertos no complexo de sítios paleolíticos de Schöningen, na Baixa Saxônia, junto com antigas pegadas de animais, incluindo a primeira evidência de elefantes na região. 

"Em uma floresta aberta de bétulas e pinheiros coberta de grama, há um lago com alguns quilômetros de comprimento e algumas centenas de metros de largura. Manadas de elefantes, rinocerontes e ungulados chegam às suas margens lamacentas para beber e se banhar", disse, em nota, a equipe de cientistas da Universidade de Tübingen (SHEP), responsável pela descoberta.

No meio deste cenário está uma família nuclear do 'povo de Heidelberg'", continuam. 

Os cientistas atribuíram dois dos três vestígios humanos em Schöningen a indivíduos jovens que usaram o lago e seus recursos. Flavio Altamura, primeiro autor do estudo publicado na Quaternary Science Reviews, falou ao Daily Mail sobre como era a região em que as pegadas foram encontradas.

Possível pegada de hominídeo encontrada em Schöningen/ Crédito: Senckenberg Center for Human Evolution and Paleoenvironment

Dependendo da estação, plantas, frutas, folhas, brotos e cogumelos estavam disponíveis ao redor do lago. Nossas descobertas confirmam que a espécie humana extinta vivia nas margens de lagos ou rios com águas rasas", explicou.

"Isso também é conhecido de outros locais com pegadas de hominídeos do Pleistoceno Inferior e Médio", continua. "Pelas pegadas de crianças e jovens, é mais um passeio em família do que um grupo de caçadores adultos". 

Outras pegadas

Além das impressões humanas, a equipe analisou uma série de pegadas de elefantes pertencentes à espécie extinta Palaeoloxodon antiquus: um elefante de presas retas que era o maior animal terrestre da época, com machos adultos pesando até 13 toneladas. 

Pegada fóssil de elefante/ Crédito: Senckenberg Center for Human Evolution and Paleoenvironment

"As pegadas de elefante que descobrimos em Schöningen atingem um comprimento notável de 55 centímetros", explicou Jordi Serangeli, chefe da escavação em Schöningen, ainda segundo o Daily Mail. "Em alguns casos, também encontramos fragmentos de madeira nos sulcos que os animais haviam pressionado no solo, que era macio na época".

"Um traço também vem de um rinoceronte — Stephanorhinus kirchbergensis ou Stephanorhinus hemitoechus — e é a primeira pegada desta espécie do Pleistoceno que foi encontrada na Europa", completou.

Pegada fóssil de rinoceronte/ Crédito: Senckenberg Center for Human Evolution and Paleoenvironment