Pesquisa sobre mitocôndrias foi divulgada no último dia 9
Consideradas as "centrais de energia" dos organismos eucariontes, as mitocôndrias são organelas encontradas em células eucarióticas — que realizam respiração celular.
No último dia 9, uma equipe de pesquisadores publicou uma pesquisa na revista Science Advances apontando que bactérias parentes da primeira mitocôndria de uma célula estariam vivendo em fontes termais. Os especialistas acreditam que tais organelas tenham se originado de uma única protomitocôndria, a qual foi capturada por outra célula há mais de 1 bilhão de anos e nunca mais saiu.
Como destaca a revista Galileu, no intervalo de 1,6 a 1,8 bilhão de anos desde a manifestação das mitocôndrias, a assinatura genética das protomitocôndrias foi gradativamente misturada, restando muito pouco delas.
De acordo com a fonte, os autores do estudo investigaram as características genéticas que permitiriam a determinadas bactérias modernas serem descendentes das protomitocôndrias. Essas características incluem a habilidade de produzir gordura para as membranas mitocondriais.
A pesquisa envolveu a análise de 314 genomas de alfaproteobactérias, a classe de bactérias da qual se presume que as protomitocôndrias se originaram. Os cientistas examinaram genes que codificam proteínas vitais para o processo.
Nesse contexto, foi identificado que as bactérias correspondentes pertenciam à ordem Iodidimonales, as quais habitam ambientes de águas termais, semelhantes às condições que possivelmente sustentaram a vida nos antigos oceanos terrestres.
Apesar de as lodidimonales não terem sido previamente consideradas descendentes das protomitocôndrias e não apresentarem todas as características essenciais, os pesquisadores acreditam que isso resultou de um processo conhecido como "transferência lateral de genes", o qual envolve a troca de genes entre bactérias, levando à perda de genes ao longo do tempo.
O conhecimento aprofundado da evolução das mitocôndrias pode proporcionar entendimento sobre doenças que envolvem interrupções na função mitocondrial, como a doença de Parkinson, conforme explica Degli Esposti.