Abusos da Igreja contra indígenas teriam durado do século XIX até 1970
Durante encontro com líderes indígenas no Canadá, que ocorreu nesta segunda-feira, 25, o PapaFrancisco se desculpou pelas ações da Igreja Católica contra a população indígena durante o século XIX até meados de 1970.
O Papa desculpou-se durante sua visita ao Canadá, pelos abusos cometidos por missionários católicos contra crianças indígenas em escolas residenciais. Cerca de 5 mil crianças morreram e muitas foram vítimas de violência.
Vim à sua terra para lhes contar pessoalmente a minha dor, implorar o perdão, a cura e a reconciliação de Deus, para expressar minha proximidade e rezar com vocês e por vocês”, disse o Papa Francisco durante o evento.
“Meus familiares falecidos não estão mais aqui conosco, meus pais foram para a escola residencial, eu fui para a escola residencial”, disse Randy Ermineskin, um dos anfitriões do evento, como relatado pelo G1.
“Eu sei que eles estão comigo, eles estão ouvindo, eles estão assistindo”, acrescentou.
Randy Ermineskin é chefe da Nação Ermineskin Cree. Ele vestia um tradicional cocar cree de penas.
Cerca de 150 mil crianças indígenas passaram por escolas residenciais cristãs financiadas pelo governo. Essas crianças eram retiradas de suas famílias para que não tivessem mais contato com sua cultura nativa, sua língua e influência de seus lares, estando próximas apenas aos hábitos da sociedade cristã.
Centenas de potenciais cemitérios foram descobertos nesses locais e milhares dessas crianças morreram por doenças ou incêndios. Elas sofriam diversos abusos físicos e sexuais.
O Papafez uma visita a um cemitério que abriga nativos mortos pela Igreja Católica, fazendo uma oração.
A multidão usava roupas tradicionais e camisetas laranjas em homenagem a uma mulher que recebeu de sua avó uma camisa dessa cor, que foi confiscada e substituída por um uniforme do internato.