Evento astronômico foi registrado em galáxia a 500 milhões de anos-luz da Terra
Um fascinante evento foi registrado recentemente pelo Observatório Neil Gehrels Swift, da Nasa, em uma galáxia localizada a cerca de 500 milhões de anos-luz de onde vivemos: um buraco negro "mordiscando" uma estrela. A curiosa interação espacial se deu na galáxia 2MASX J02301709+2836050, na constelação de Triangulum.
De acordo com a Revista Galileu, a estrela e o buraco negro que orbita, conhecidos como Swift J0230, foram descobertos ainda em junho de 2022. No entanto, foi só recentemente, na última quinta-feira, 7, que foi publicado na revista científica Nature Astronomy um estudo sobre as interações entre os astros.
Nele, astrônomos explicam como se dá o evento registrado em Swift J0230: quando uma estrela se aproxima muito de um buraco negro, as forças gravitacionais fortíssimas da zona criam as chamadas "marés" — por isso o fenômeno se chama perturbação de marés —, que quebram a estrela e transformam parte dela em um rastro de gás no espaço, com uma das pontas.
Nesse caso, os eventos de perturbação das marés de Swift J0230 ocorrem em períodos regulares, devido a órbita da estrela em torno do buraco negro, mas sem deformar a estrela tanto a ponto de ela ser destruída de uma só vez. Em vez disso, a cada poucas semanas os dois astros se aproximam, e a estrela perde parte de sua massa, uma quantidade aproximada a três vezes a massa da Terra. Eventualmente, porém, ela será completamente consumida.
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A empolgação dos autores do estudo, porém, não se deve unicamente à detecção do fenômeno em Swift J0230. Isso porque também foi razão para comemoração o fato de a descoberta se dar graças a um novo método de análise de dados aplicado ao telescópio do Neil Gehrels Swift, lançado em 2004.
"O hardware, o software e as competências da equipe internacional do observatório permitiram que o telescópio se adaptasse a novas áreas da astrofísica ao longo da sua vida", disse em comunicado o astrofísico da Universidade de Leicester, no Reino Unido, Phil Evans.
"O astrônomo Neil Gehrels, que dá nome à missão, supervisionou e incentivou muitas dessas transições. Agora, com essa nova capacidade, o telescópio está tornando a ciência ainda mais interessante."