Ingrediente de hambúrguer do McDonald's grudado no teto da Michael Lett Gallery, na Nova Zelândia, vem causando polêmica
Um artista australiano está vendendo sua mais famosa obra de arte por NZ$ 10 mil, o equivalente a cerca de R$ 33 mil. O mais curioso, porém, é que essa peça é nada mais que um ingrediente de um hambúrguer do McDonald's grudado no teto de uma galeria.
O trabalho de Matthew Griffin, intitulado “Pickle”, vem causando polêmica no mundo das artes recentemente por trazer à tona o que pode ser considerado arte. Nas redes sociais, alguns chamam o artista de “gênio”, enquanto outros, de “idiota”.
Um internauta chegou a fazer uma comparação sobre como a situação é tratada em uma galeria em contraposição à em um restaurante. “Fui expulso de um McDonald's pela polícia por fazer isso quando era adolescente, agora é arte”, reclamou.
Como reportou o jornal britânico The Guardian, a obra lembra quando o artista italiano Maurizio Cattelan colou uma banana madura na parede de uma galeria durante a Art Basel em Miami, em 2019. Chamado de “Comedian”, o trabalho foi vendido por US$ 120 mil.
Segundo a Michael Lett Gallery, galeria que hospeda a obra de arte, trata-se de um “gesto provocativo” que questiona deliberadamente o que tem valor a partir de uma única fatia de picles retirada de um cheeseburger da rede de fast food, atirada no teto.
“Uma resposta humorística ao trabalho não é inválida — está tudo bem, porque é engraçado”, afirmou Ryan Moore, diretor de Belas Artes de Sydney, que representa o artista.
“De um modo geral, não são os artistas que decidem se algo é arte — são eles que fazem e fazem as coisas. Se algo é valioso e significativo como obra de arte é a maneira que nós coletivamente, como sociedade, escolhemos usá-lo ou falar sobre isso”, acrescentou.
Ele explicou que “por mais que isso pareça um picles preso ao teto — e não há artifício ali, é exatamente isso — há algo no encontro com isso como uma escultura ou um gesto escultórico.”
Custando NZD $ 10 mil, além de outros NZD $ 4,44 por um cheeseburguer do McDonald's, o comprador receberá instruções de como recriar o trabalho em seu próprio espaço designado, fora da galeria — ali, o picles está grudado com seu próprio molho e ainda não apresenta sinal de decomposição.
“Não se trata do virtuosismo do artista parado na galeria jogando-o para o teto — como ele chega lá não importa, desde que alguém o tire do hambúrguer e o jogue no teto”, disse Moore. “O gesto é tão puro, tão alegre… É isso que o torna tão bom.”
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