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Notícias / Arqueologia

O que se sabe sobre a descoberta de crocodilos mumificados no Egito

As múmias encontradas no Nilo são um achado raro que traz materiais de crocodilo únicos

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/01/2023, às 13h47 - Atualizado em 20/01/2023, às 09h37

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Parte do esqueleto de um dos crocodilos encontrados - Divulgação/De Cupere et al
Parte do esqueleto de um dos crocodilos encontrados - Divulgação/De Cupere et al

Uma equipe de pesquisadores descobriu túmulos rochosos no sítio arqueológico de Qubbat al-Hawā, no Egito, mas com restos mortais um tanto surpreendentes: dez crocodilos preservados por mumificação.

O estudo, publicado no periódico PLOS ONE, foi coordenado pela pesquisadora Bea De Cupere, do Instituto Real Belga de Ciências Naturais, e encontrou cinco crânios e cinco esqueletos parciais de múmias de crocodilos na margem oeste do rio Nilo. Os animais mumificados estavam em diferentes estados de preservação e passaram por um processo de mumificação diferente do encontrado em outros locais, já que não há evidência de uso de qualquer resina ou extração de vísceras.

Os achados datam do século 5 a.C., e o estilo de preservação deles apontam para uma era pré-ptolomaica, ou seja, antes da famosa dinastia de Ptolomeue Cleópatra.

Diferentes de qualquer outro material

Os pesquisadores estão convencidos de que a maneira como os crocodilos foram preparados e preservados proporcionaram restos mortais que são diferentes de qualquer outro tipo de material de crocodilo que tenha sido encontrado até agora, o que é um avanço importante nas pesquisas sobre o animal.

As ataduras de linho comuns às múmias estavam quase totalmente perdidas, por causa de danos que insetos causaram. Isso ajudou na identificação das espécies de crocodilo que estavam ali: o crocodilo-do-oeste-africano (Crocodylus suchus) e o crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus). Os animais encontrados tinham de 1,5 metro a 3,5 metros de comprimento.

Algumas marcas de corte observadas nos crânios mostram que os animais foram decapitados depois de desidratados, mas não foram encontradas outras evidências que explicassem o porquê e como isso aconteceu.