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Notícias / Brasil

Neste dia, em 2015, o país era abalado com o rompimento da barragem de Mariana

Algumas das perdas humanas, materiais e ambientais foram irreversíveis. Outras estão ainda em processo de recuperação, após cinco anos

Ingredi Brunato Publicado em 04/11/2020, às 09h19

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Fotografia de município atingido pelos dejetos liberados pela barragem. - Wikimedia Commons
Fotografia de município atingido pelos dejetos liberados pela barragem. - Wikimedia Commons

Em 2015, o Brasil assistiu horrorizado ao pior desastre ambiental de sua história. Quando a barragem de Mariana, em Minas Gerais, se partiu, nem o mínimo aconteceu: um alarme para os moradores das regiões próximas.

Eles precisaram descobrir sozinhas que estavam prestes a enfrentar uma onda de dez metros de lama e resíduos altamente contaminantes de minério de ferro, e fugir como podiam. 

Um verdadeiro cenário de horror: 19 pessoas morreram na catástrofe. Já as outras pessoas perderam suas casas e tudo que tinham, com 39 municípios inteiros soterrados por metros de lama tóxica, desaparecendo do mapa. 

"Foi o pior dia da minha vida, corri para não morrer, para não ficar na lama", contou Zezinho do Bento em entrevista ao Estado de Minas Gerais no ano passado. Ele era um comerciante aposentado que morava em um dos municípios devastados. "Só não perdi minha vida, o resto perdi tudo".

Fotografia de carro abandonado em meio à lama - Crédito: Wikimedia Commons

Devastação inacreditável 

Embora as perdas humanas e materiais fossem suficientes para tornar o acidente inaceitável, todavia, o mais chocante da catástrofe foi a quantidade e extensão dos ecossistemas destruídos. 

Os dejetos contaminados chegaram ao Rio Doce, um curso de água que constitui nada menos que a bacia hidrográfica mais importante da Região Sudeste do Brasil, onde pegou carona pelas águas durante 600 quilômetros, afetando inúmeros afluentes e chegando inclusive ao Oceano Atlântico. 

Após o episódio, 22 executivos e quatro empresas foram considerados responsáveis pelo desastre pelo Ministério Público Federal. As empresas foram a Samarco, dona da barragem que se partiu, a Vale, uma das donas da Samarco, a BHB Billiton, uma companhia anglo-australiana que era também dona da Samarco e por último a Consultoria VOGBR, que deu o laudo de estabilidade da barragem. 

“Nós temos uma legislação obsoleta que possibilita aos advogados todo tipo de malabarismo jurídico. Então ganham os réus, perde a sociedade, perde o estado brasileiro”, disse o procurador José Adércio Leite Sampaio em entrevista ao G1 no ano de 2019, quando o processo ainda estava em andamento, apesar de fazer quatro anos. 

Edifício destruído após o desastre - Crédito: Wikimedia Commons

O rio hoje 

A Fundação Renova, que assumiu a missão de recuperar o Rio Doce, contou com a colaboração de universidades, outras organizações e também de milhares de pessoas preocupadas com a vivificação da fauna e flora devastadas após a catástrofe. 

Antes da quebra da barragem de Mariana, havia toda uma comunidade desenvolvida às margens daquela bacia hidrográfica e envolvida em atividades econômicas que dependiam dela, de forma que a restauração da água também significa a tentativa de recuperação dessas dinâmicas sociais que foram perdidas. 

Os esforços de reabilitação da água, do solo e da vegetação presente nas margens da bacia afinal foram capazes trazer a qualidade da água do Rio Doce para o nível 2, que é o mesma de antes do desastre, podendo ser potável depois de passar por um filtro comum.

Para tanto, foi empregado inclusive o uso de uma tecnologia importada do Reino Unido, que foi utilizada anteriormente no Tâmisa, um rio britânico já considerado como “biologicamente morto”.

Apesar da revitalização do corpo de água, todavia, os municípios destruídos permanecem um caos de ruínas e lama. 

A população hoje 

Duas semanas atrás, o processo em andamento teve uma atualização frustrante para as famílias vitimadas pelo rompimento da barragem: um juiz aprovou o estabelecimento de limites para as indenizações que as quatro empresas precisam pagar. Dessa forma, as reivindicações de danos morais passaram a ter um teto de valor. 

Segundo apurado pela Folha de São Paulo, os procuradores do governo federal, que representam os interesses das comunidades afetadas, defenderam que poderia haver necessidade futura de “complementação de valores já pagos”, e não seria justo estabelecer esse limite.


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