Nos últimos anos, as águas de alguns rios no extremo norte das Américas vêm substituindo suas cores cristalinas pelo alaranjado; entenda!
Publicado em 29/05/2024, às 08h37
Nos últimos anos, as águas cristalinas dos rios do Alasca, no extremo norte do continente americano, vêm se tornando, pouco a pouco, cada vez mais alaranjadas. Segundo um alerta publicado no último dia 20 na Communications earth & environment, isso se deve ao derretimento do permafrost, impulsionado pelas mudanças climáticas, que libera minerais.
Para o estudo, especialistas do Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos coletaram amostras de água de rios do norte do Alasca, e identificaram a mudança de cor em 75 locais, totalizando uma área com tamanho equivalente ao estado do Texas já afetada.
Esses riachos alaranjados podem ser problemáticos em termos de toxicidade, mas também podem impedir a migração dos peixes para as áreas de desova", explica em comunicado o ecologista Jon O'Donnell, da Rede de Inventário e Monitoramento do Ártico do Serviço Nacional de Parques dos EUA.
Segundo a Revista Galileu, uma hipótese levantada pelos pesquisadores para justificar a mudança nas águas é a liberação de minérios que, até então, estavam presos no permafrost, congelados; mas agora, com o derretimento dessas camadas antigas de gelo, ácido e metais são liberados nos rios.
"Os rios manchados são tão grandes que podemos vê-los do espaço", afirma também no comunicado o professor Brett Poulin, assistente de toxicologia ambiental da Universidade da California em Davis, nos Estados Unidos. E de fato, essas águas manchadas já podiam ser vistas por satélites desde 2008, mas O'Donnell só as notou mesmo em 2018.
O problema está se propagando lentamente de pequenas nascentes para rios maiores ao longo do tempo", complementa O'Donnell.
Nas análises, os pesquisadores notaram que um dos metais que mais encontram nas águas é o ferro, justamente o responsável pela coloração. Já o pH das amostras marcam uma média de 2,3, o que é extremamente ácido em comparação à média de 8, esperada normalmente.
Agora, se faz necessário pensar em formas de combater essa poluição dos rios naquela região, pois, além do risco para peixes e outros animais que habitam a área, também existem comunidades que dependem desses rios ao norte para conseguir água potável.