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Notícias / Navio

O navio que foi redescoberto nas ruínas do World Trade Center

Embarcação foi encontrada no ano de 2010, durante as obras de reconstrução do edifício

por Giovanna Gomes
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Publicado em 08/03/2023, às 13h48 - Atualizado em 09/03/2023, às 14h45

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Restos do navio encontrados - Divulgação / Lower Manhattan Development Corporation
Restos do navio encontrados - Divulgação / Lower Manhattan Development Corporation

Enquanto realizava as obras de reconstrução do World Trade Center, em Nova York, um grupo de trabalhadores encontrou, em julho de 2010, algo impressionante: nada mais nada menos que os restos de um antigo navio, o qual estava soterrado a 6,7 metros abaixo do nível da rua.

A partir de estudos, arqueólogos conseguiram determinar que a embarcação havia sido produzida em 1773 ou pouco depois, em um pequeno estaleiro próximo à cidade da Filadélfia, na Pensilvânia.

Além disso, os especialistas descobriram que o navio teria sido feito a partir do mesmo tipo de carvalho-branco utilizado na construção de partes do Salão da Independência, local onde a declaração da independência e a constituição americana foram assinadas.

Analisando anéis

Segundo o portal de notícias O Globo, para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram os anéis de algumas das tábuas encontradas.

A embarcação, que media quase dez metros de comprimento, foi escavada e enviada para o Laboratório de Conservação Arqueológica em Maryland, onde está sendo mantida submersa em líquido a fim de que não se deteriore.

World Trade Center em 11 de setembro de 2001 / Crédito: Getty Images

Alguns fragmentos, no entanto, foram encaminhados para o Laboratório Tree Ring, em Nova York, onde a equipe secou cuidadosamente o material para que então pudesse analisá-lo.

Segundo a fonte, o estudo, que foi publicado na revista científica "Tree-Ring Research" no ano de 2014, aponta que as madeiras usadas na construção do barco foram derrubadas em 1773. Algumas delas tinham, inclusive, mais de cem anos de idade na época, conforme indicado pelos anéis dos troncos.

Comparando amostras

Em entrevista à emissora CBS, Dario Martin-Benito, líder da pesquisa, declarou que os cientistas compararam a amostra com padrões de árvores vivas e outras amostras arqueológicas para determinar o local da extração.

Arqueólogo observa detalhes da embarcação / Crédito: Divulgação / vídeo / Youtube

Ele explicou que os padrões dos anéis do tronco das árvores de uma mesma região são geralmente semelhantes devido ao clima, sendo que, em locais mais secos, os anéis são mais finos do que aqueles encontrados em regiões mais chuvosas. 

O cientista contou também que a análise foi facilitada pelo fato da madeira encontrada ser de uma espécie específica, encontrada apenas na região leste da América do Norte.

Árvores antigas

A assinatura da madeira do navio bateu tanto com a de árvores antigas da região da Filadélfia quanto de amostras retiradas no Salão da Independência, que foi construído entre os anos de 1732 e 1756.

Como bem mencionou Martin-Benito, "naquele período, na Filadélfia, ainda existiam muitas florestas antigas, que estavam sendo derrubadas para a construção de navios e o Independence Hall".

+ Confira aqui o estudo completo.