Monastério em Lyminge teria resistido a ataques, contrariando visão de "pouca resistência" e "massacre viking"
Um estudo inglês publicado na revista científica Archeologia mostrou que um mosteiro da Inglaterra era mais resistente a ataques vikings do que se imaginaria. As informações são da revista Planeta.
A vila de Lyminge, no condado de Kent, sudeste da Inglaterra, foi fundada pelos anglo-saxões no século 5 d.C. e abrigava um mosteiro. Naquela região se concentrava a linha de frente do longo combate entre vikings e os ancestrais dos ingleses.
O mosteiro, como mostra o estudo de arqueólogos da Universidade de Reading, resistiu aos repetidos ataques dos vikings por quase um século por meio de estratégias de defesa implementadas tanto por líderes eclesiásticos quanto seculares de Kent. O doutor em arqueologia Gabor Thomas passou uma década pesquisando a região para o estudo.
O professor Thomas explica que muitos registros escritos construíram uma imagem de monges e freiras indefesos sofrendo nas mãos de vikings cruéis, mas a pesquisa, usando técnicas de datação por radiocarbono e objetos mais facilmente datáveis como moedas, mostra que eles eram mais resistentes e resilientes do que se imaginava antes.
O monastério ficava em uma região que foi fortemente atacada pelos vikings no final do século 8 e no início do século 9. A comunidade monástica de Lyminge não teria apenas sobrevivido como também se recuperado mais completamente do que os historiadores antes imaginavam, voltando para reconstruir o mosteiro no século 9 depois de um período de asilo na cidade de Canterbury.
Apesar da resistência maior do que a imaginada, a comunidade religiosa parece ter chegado a um fim durante o final do século 9, quando o mosteiro teria sido abandonado durante os constantes ataques e a pressão sustentada dos vikings entre 880 e 890, que iria acabar com a vitória do rei anglo-saxão Alfredo, o Grande. O mosteiro de Lyminge seria retomado no século 10 sob a autoridade dos arcebispos de Canterbury.