Jonathan Meijer, um doador de esperma que possui uma controversa jornada que levantou debates globais e inspirou um documentário
Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 22/07/2024, às 17h45 - Atualizado às 17h46
Em janeiro de 2007, inspirado pelos relatos de um amigo com problemas de fertilidade, o holandês Jonathan Meijer decidiu se tornar um doador de esperma.
O que começou como um ato de generosidade, 17 anos depois, tornou-se uma saga complexa e controversa, culminando na estimativa de que ele é pai de cerca de 550 crianças em todo o mundo. Alguns até mesmo acreditam que o número real possa chegar a mil.
Essa história inspirou o documentário 'O homem com 1.000 filhos', lançado pela Netflix e que tem gerado discussões acaloradas.
O documentário explora a história de Meijer através de depoimentos de mulheres e casais que tiveram filhos com sua ajuda. As reações variam de gratidão a críticas.
Em sua primeira entrevista completa desde o lançamento do documentário, Jonathan refutou as críticas, chamando-as de "lixo" e "besteira". Ele insiste que suas ações foram motivadas pelo desejo de ajudar outras pessoas a criarem famílias.
É uma vitória se você puder vivenciar isso apenas uma vez na vida, mas eu estive vivenciando isso em muitos dias, e ainda estou, porque as pessoas me atualizam sobre o que está acontecendo com seus filhos," afirmou ele ao Daily Mail.
A Sociedade Holandesa de Obstetrícia e Ginecologia proibiu-o de fazer mais doações em 2017, após descobrir que ele tinha 102 filhos na Holanda. Em 2023, um tribunal holandês estendeu essa proibição globalmente, após uma ação civil da Donorkind Foundation, que argumentou que ele estava aumentando o risco de incesto. Meijer foi multado em R$ 605 mil caso continuasse a doar.
A proliferação de filhos gerados pelo homem levantou preocupações sobre consanguinidade, que ocorre quando pessoas com heranças biológicas comuns se relacionam sexualmente ou se casam, aumentando os riscos de problemas congênitos.
Três de seus filhos foram encontrados frequentando a mesma creche holandesa, o que ilustra a complexidade e os riscos dessa situação.
Nem todas as famílias estão descontentes com Jonathan. Algumas mães valorizam o impacto positivo que ele teve em suas vidas. "Você tem o pequeno grupo infeliz, e um outro grupo que acha que o que estou fazendo é ótimo," disse ele. No entanto, a complexidade da situação, incluindo a possibilidade de relacionamentos entre meio-irmãos que não se conhecem, permanece um desafio significativo.
Segundo 'O Globo', Meijer, que começou suas doações na Holanda e se expandiu para outras clínicas internacionais, admite que a situação se tornou difícil de gerenciar. Ele reconhece que encontrar uma parceira compreensiva será um desafio devido ao seu passado como doador.
*Sob supervisão;
