Ana Maria Ramos Estevão lança ‘Torre das Guerreiras’, em que relembra a tortura, o exílio e as grandes personalidades que conheceu no período
Ana Maria Ramos Estevão foi uma das militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) torturadas pela ditadura militar, que perdurou no Brasil entre 1964 e 1985. Para reunir suas memórias do período, ela lançou o livro “Torre das Guerreiras”.
Publicada pela Editora 106, a obra conta com um prefácio escrito pela ex-presidente Dilma Rousseff, que também atuou pela derrubada do regime autoritário do país em alguns movimentos de esquerda e foi torturada por agentes da ditadura.
“A brava Ana Maria soube enfrentar o pior e, felizmente, está aqui para nos contar. Muitas não tiveram a mesma chance”, escreve Dilma. “Neste livro não há rancor, apenas o desejo de que aquelas tragédias não sejam esquecidas pelas atuais gerações”, acrescenta.
“Comove pela honestidade e pela capacidade que a autora tem de, mesmo em meio ao ódio e à brutalidade das torturas com que nós, presos políticos, fomos tratados, encontrar, onde preponderava o sofrimento, pequenas alegrias e motivos para acreditar na humanidade quando a rotina era a banalidade do mal”, afirma a ex-presidente.
No livro, Ana Maria relembra a tortura sofrida por agentes do regime, como o delegado Sérgio Paranhos Fleury e o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, em contraposição com as personalidades notáveis que conheceu no período, a exemplo do educador Paulo Freire, que também foi perseguido na época, e o período de exílio.
Com “Torre das Guerreiras”, a autora também traz outra conotação para a ala da penitenciária feminina conhecida como Torre das Donzelas, situada no prédio alto do Presídio Tiradentes, em São Paulo.