Essa nova descoberta está a 13 milhões de anos-luz do nosso planeta, na constelação Centauro, e pode evidenciar novos fatores sobre evolução espacial
Uma equipe de pesquisadores do Goddard Space Flight Center, da NASA, localizado em Maryland (EUA), desvendou um intrigante mistério cósmico ao detectar uma atividade de raios X a cerca de 13 milhões de anos-luz, na constelação Centauro.
Batizada como "fóssil galáctico", a descoberta foi apresentada na 243ª reunião da American Astronomical Society, destacando-se como um marco significativo na compreensão da evolução de galáxias, de acordo com a Galileu.
Os raios X observados delineiam nuvens gigantes de gás frio na galáxia espiral NGC 4945, fornecendo pistas sobre eventos ocorridos há milhões de anos. Kimberly Weaver, astrofísica do centro de pesquisa, liderou o estudo e destaca a importância da descoberta: "O estudo de galáxias próximas como a NGC 4945, cujas observações parecem mostrar um período de transição, nos ajuda a criar modelos melhores de como as estrelas e os buracos negros produzem mudanças galácticas".
A pesquisa foi possível graças aos dados do satélite XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), e ao apoio do Observatório de raios-X Chandra, da NASA. NGC 4945, uma galáxia do tipo starburst, onde estrelas são formadas rapidamente, revelou-se como um laboratório celeste para a equipe.
Acreditava-se que a linha de ferro só aparecia em escalas muito mais próximas ao buraco negro. No entanto, na NGC 4945, [o Chandra] nos ajudou a estudar fontes individuais brilhantes de raios X na nuvem para descartar outras possíveis origens além do buraco negro", explica Jenna Cann, coautora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado no Goddard.
A linha de ferro, detectada a uma distância surpreendente do centro, sugere que o gás frio na NGC 4945 é uma relíquia deixada por um jato de partículas que irrompeu do buraco negro central há cerca de 5 milhões de anos. A hipótese de um jato inclinado para dentro da galáxia indica um vento superpotente que impulsionou o gás frio pela galáxia, potencialmente desencadeando formações estelares.
O próximo passo inclui a monitorização contínua das atividades na NGC 4945 para entender como o buraco negro central impacta o sistema galáctico. As implicações vão além da esfera cósmica, podendo afetar as estrelas e o futuro evolutivo dessa galáxia starbust.
Confira o vídeo publicado pela NASA: