Um grupo de cientistas conseguiu achar uma explicação para uma curiosa anomalia no campo gravitacional da lua; entenda a condição atípica
Uma teoria amplamente aceita entre os cientistas para explicar a origem da Lua é a hipótese do "grande impacto", proposta em 1975. Esta teoria postula que a Lua foi formada há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra primitiva. No entanto, os detalhes precisos desse evento ainda são desconhecidos.
Pesquisadores do Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona realizaram um estudo que revelou um aspecto peculiar da formação lunar. Publicado na revista Nature Geoscience, o estudo sugere que a Lua"virou de avesso" durante sua origem.
Segundo a hipótese do grande impacto, após a colisão que formou a Lua, rochas derretidas foram lançadas ao espaço, onde se aglomeraram para formar o satélite natural da Terra. Enquanto a crosta lunar se solidificava, o interior da Lua estava desequilibrado, com uma camada de rochas densas, como a ilmenita, afundando em direção ao núcleo.
Os pesquisadores acreditam que esses materiais densos migraram para o lado visível da Lua antes de afundar em direção ao seu interior, deixando para trás um padrão geométrico que pode ser detectado por anomalias gravitacionais. Estudos anteriores sugerem que essas anomalias foram causadas pela presença dessas rochas densas, como detectado pela missão GRAIL da NASA.
Nossa Lua literalmente virou do avesso", relatou Jeff Andrews-Hanna, coautor e professor associado da LPL, em comunicado. "Mas há poucas evidências físicas que possam esclarecer a sequência exata de eventos durante essa fase crítica da história lunar, e há muita discordância nos detalhes do que aconteceu — literalmente".
As simulações realizadas pelos cientistas confirmaram essa hipótese e sugerem que essa camada rica em ilmenita afundou há aproximadamente 4,2 bilhões de anos, de acordo com a Galileu.
Embora essas descobertas forneçam informações valiosas sobre a formação da Lua, ainda há questões a serem respondidas, especialmente em relação às variações observadas em diferentes áreas do corpo celeste. Novas pesquisas são necessárias para esclarecer essas disparidades.