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Notícias / Nova espécie

Nova espécie de peixe é encontrada em arquipélago brasileiro

Peixe de três centímetros foi descoberto no arquipélago mais distante do litoral brasileiro

por Giovanna Gomes
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Publicado em 31/07/2023, às 10h00

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Nova espécie de peixe - Divulgação / João Luiz Gasparini
Nova espécie de peixe - Divulgação / João Luiz Gasparini

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de São Paulo (USP) fez uma impressionante descoberta na Ilha da Trindade, área conhecida por abrigar diversas espécies exclusivas da região. Trata-se do Acyrtus simon, uma nova espécie de peixe-ventosa que tem atraído a atenção por suas cores em tons de rosa.

Além disso, vale destacar que o peixe possui comportamento peculiar: ele se fixa em locais para evitar ser levado pela correnteza.

A revelação da nova espécie foi possível graças ao trabalho conjunto dos pesquisadores do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (USP) e do Laboratório de Ictiologia (IctioLab) da Ufes, em parceria com o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a California Academy of Sciences, com a colaboração da Marinha do Brasil.

De acordo com o portal G1, o artigo com a descoberta foi publicado no final do ano passado, após uma extensa análise, e agora, no final de julho, a Ufes divulgou a descoberta oficialmente. O biólogo especialista em peixes, João Luiz Rosetti Gasparini foi um dos pesquisadores que participaram de diversas expedições à ilha em busca dessa nova espécie.

"Em 1995, observei um exemplar. Já fui oito vezes para Trindade. Acho que, somando todas as viagens, eu fiquei quase 100 dias na ilha fazendo mergulhos científicos autônomos com cilindros. Mas só depois conseguimos mais exemplares e conseguimos realizar as comparações e investigações que possibilitaram descrever a espécie", disse o biólogo.

Homenagem a pesquisador

O Acyrtus simon, assim nomeado em homenagem a Thiony Simon — doutor em biologia animal pela Ufes que faleceu durante um mergulho — passou por uma análise meticulosa e uma comparação minuciosa com outras espécies ao longo de vários anos. O peixe foi coletado e preservado na coleção da Ufes, enquanto os pesquisadores continuaram em busca de novas amostras para enriquecer seus estudos.

"Ele tem uma adaptação morfológica no ventre, que a nadadeira pélvica dele é modificada como se fosse uma ventosa, por isso o nome peixe-ventosa. Essa adaptação é para viver em ambientes com água mais dinâmica. Ele se fixa ao substrato, cola e, quando tem correnteza, não afeta ele. Ele fica ali paradinho", explicou Gasparini.