Em coletiva de imprensa, o diretor-geral do órgão explicou que a mudança de posicionamento da organização se deu pelo crescimento dos casos do vírus na China
Pela sexta vez desde 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou emergência de saúde pública internacional, dessa vez pelo surto do coronavírus. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 30, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, confirmou o decreto.
Segundo Tedros, a mudança de posicionamento do órgão se deu pelo crescimento dos casos de coronavírus na China, que já apresenta 170 mortos e 8.100 infectados. Além do território asiático, mais 98 pessoas em outros 18 países — como Alemanha, Estados Unidos, Japão e Vietnâ — foram infectadas pelo vírus.
Durante a coletiva, Tedros elogiou os esforços chineses para conter a propagação do vírus e pediu que as fake news sobre o tema fossem combatidas, a fim de evitar a desinformação.
Ele ainda enfatizou que, de forma alguma, o decreto é uma demonstração de desconfiança em relação à capacidade da China na contenção da crise. Para a OMS, a decisão é uma forma de prevenir a disseminação do coronavírus em outros países.
Antes do decreto, há uma semana, os pesquisadores do órgão não acharam necessário declarar o coronavírus como um estado de emergência global. O painel de 16 especialistas, segundo Tedros, ficou dividido e o encontro foi prolongado por falta de consenso.
Dessa vez, no entanto, a OMS compreendeu que a disseminação do coronavírus dentro e fora da China configura e justifica uma nova medida. O decreto de emergência de saúde pública de interesse internacional foi acionado 30 dias depois da primeira detecção do vírus na China.