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Notícias / Brasil

'Nossa dignidade chegando': Comunidade terá saneamento básico após 30 anos

Moradores da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, tinham que buscar água em torneira na entrada da comunidade

Luisa Alves, sob supervisão de Isabela Barreiros Publicado em 28/05/2022, às 12h07

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Favela do Moinho, no centro de São Paulo - Divulgação/Youtube/Jornal da Gazeta
Favela do Moinho, no centro de São Paulo - Divulgação/Youtube/Jornal da Gazeta

A comunidade Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo, terá pela primeira vez em 30 anos acesso a serviço de saneamento básico. A favela abriga cerca de 1.600 famílias, que ocupam barracos espalhados por vielas de terra batida.

Mangueiras disponibilizadas pela Sabesp, em 2011, bombeiam água para o moinho. Coube aos próprios moradores montar a estrutura de distribuição de água para suas casas. A estrutura do esgoto também foi planejada pelos residentes, através de caixas acopladas que ligam os barracos a um cano que desemboca em um córrego próximo aos trilhos da CPTM.

Até 2011, a gente buscava água em uma torneira na entrada da favela com um galão de 20 litros. Era muito sofrido. Acompanhar essas obras hoje é lindo, fico feliz de estar viva para ver o progresso da comunidade", disse a moradora Ivonete Pinheiro, ao jornal Folha de S. Paulo. 

Os serviços de água e esgoto devem estar disponíveis para os moradores até o fim deste ano, de acordo com a Sabesp. 

Quase 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água tratada e 100 milhões não possuem coleta de esgoto, segundo o Painel do Saneamento Brasil, do ITB (Instituto Trata Brasil). 

Endereços próprios

Para as futuras cobranças, o cadastramento da Sabesp exige dados individuais de localização que serão estabelecidos. A regularização sanitária permitirá aos moradores terem seus endereços próprios.

Informações como rua, número, bairro e CEP serão a realidade da comunidade que, atualmente, têm correspondências e pacotes destinados a uma serraria na sua entrada, que depois são distribuídos aos moradores.

É a nossa dignidade chegando. Todos estão muito ansiosos", diz Ivonete Pinheiro.