Moradores da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, tinham que buscar água em torneira na entrada da comunidade
A comunidade Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo, terá pela primeira vez em 30 anos acesso a serviço de saneamento básico. A favela abriga cerca de 1.600 famílias, que ocupam barracos espalhados por vielas de terra batida.
Mangueiras disponibilizadas pela Sabesp, em 2011, bombeiam água para o moinho. Coube aos próprios moradores montar a estrutura de distribuição de água para suas casas. A estrutura do esgoto também foi planejada pelos residentes, através de caixas acopladas que ligam os barracos a um cano que desemboca em um córrego próximo aos trilhos da CPTM.
Até 2011, a gente buscava água em uma torneira na entrada da favela com um galão de 20 litros. Era muito sofrido. Acompanhar essas obras hoje é lindo, fico feliz de estar viva para ver o progresso da comunidade", disse a moradora Ivonete Pinheiro, ao jornal Folha de S. Paulo.
Os serviços de água e esgoto devem estar disponíveis para os moradores até o fim deste ano, de acordo com a Sabesp.
Quase 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água tratada e 100 milhões não possuem coleta de esgoto, segundo o Painel do Saneamento Brasil, do ITB (Instituto Trata Brasil).
Para as futuras cobranças, o cadastramento da Sabesp exige dados individuais de localização que serão estabelecidos. A regularização sanitária permitirá aos moradores terem seus endereços próprios.
Informações como rua, número, bairro e CEP serão a realidade da comunidade que, atualmente, têm correspondências e pacotes destinados a uma serraria na sua entrada, que depois são distribuídos aos moradores.
É a nossa dignidade chegando. Todos estão muito ansiosos", diz Ivonete Pinheiro.