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Notícias / Peru

No Peru, arqueólogos encontram curiosos sepultamentos pré-incas

Escavações no Peru revelaram restos mortais de quatro indivíduos enterrados há aproximadamente 3.800 anos

Redação Publicado em 28/08/2024, às 12h00

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Registro de um dos sepultamentos identificados - Divulgação/Universidade Nacional de Trujillo
Registro de um dos sepultamentos identificados - Divulgação/Universidade Nacional de Trujillo

Arqueólogos da Universidade Nacional de Trujillo (UNT) desenterraram os restos mortais de quatro indivíduos enterrados há aproximadamente 3.800 anos, muito antes do surgimento do Império Inca, no Vale do Virú, no Peru.

O sítio arqueológico, localizado na ravina de San Juan, foi batizado de Templo Queneto 2, e oferece percepções sobre as culturas antigas que prosperaram na região andina durante o período formativo inicial (cerca de 1800 a 900 a.C.), informa a Archeology Online Magazine. 

Os achados foram apresentados pelo Projeto de Pesquisa Arqueológica do Vale do Virú (PAVI), liderado pelo candidato a PhD Feren Castillo Luján e pelo estudante de tese Christian González da Escola Profissional de Arqueologia da UNT. 

Sepultamentos

A equipe descobriu os restos de duas crianças, um adolescente e um adulto, todos enterrados em posição lateral decúbito, voltados para as montanhas. Esta orientação específica pode ter um significado simbólico, particularmente no contexto da cosmologia andina, onde as montanhas são reverenciadas.

"As montanhas têm um significado simbólico na cosmologia andina e também eram a fonte de água para irrigação em uma paisagem desértica", observou Jason Nesbitt, professor associado de antropologia da Universidade Tulane, em entrevista ao Live Science, embora ele não estivesse envolvido no estudo.

Significado cultural

Os sepultamentos foram acompanhados por diversos bens funerários, incluindo pingentes de pedra e conchas de caracol, o que pode indicar um aspecto ritualístico ou cerimonial dos enterros.

A presença desses itens, com fragmentos cerâmicos antigos, sugere que os indivíduos pertenciam a uma cultura que valorizava ofertas simbólicas e havia desenvolvido estruturas sociais complexas.

Castillo Luján explicou que a escavação cobriu uma área de 51 metros quadrados, representando apenas 1% do total do sítio. Isso permitiu aos pesquisadores identificar cinco espaços interconectados dentro do templo, que podem ter sido usados para rituais associados ao culto da água, um elemento crítico nas visões de mundo andinas antigas.

Os fragmentos cerâmicos encontrados no local são semelhantes aos de outros assentamentos significativos, como Gramalote no Vale do Moche e Huaca Negra perto da costa no Vale do Virú.

Castillo Luján fez um apelo imediato às autoridades e à comunidade local para proteger o sítio, que tem imenso potencial para o turismo cultural e a preservação da identidade peruana. "O potencial turístico da área é imenso, mas, além disso, devemos pensar na importância de valorizar e preservar nossa identidade cultural", enfatizou.