A decisão da produção vem após polêmicas com o documentário da Netflix sobre Cleópatra
No Egito, o canal recém-lançado Al-Watha'eqeya irá produzir um documentário de alto orçamento sobre a rainha Cleópatra VII, de acordo com um anúncio na página do canal no Facebook e conforme repercutiu o portal Egyptian Streets. A ação de produzir a obra surgiu após o lançamento do trailer do docudrama ‘Queen Cleopatra’ (2023) da Netflix, que traz a atriz negra Adele James como Cleópatra.
No post de divulgação, que indicava o desejo de ressaltar as origens grego-macedônias de Cleópatra, dizia:
Al-Watha'eqeya iniciou os preparativos para a produção de um documentário sobre a rainha Cleópatra, filha de Ptolomeu XII, o último rei da dinastia ptolomaica que governou o Egito após a morte de Alexandre, o Grande.”
Além disso, o canal responsável pela produção destacou o objetivo de fornecer uma visão detalhada e precisa da obra, principalmente por meio de sessões com especialistas em arqueologia, antropologia e história.
O documentário, que conta com a produção executiva de Jada Pinkett-Smith, logo se tornou tema de um debate global sobre a etnia de Cleópatra e o afrocentrismo, e assim, tanto egípcios quanto gregos reagiram sobre a justificativa de que a produção comandada por Jada tinha por base enganar os espectadores.
Após isso, no Facebook do Ministério de Turismo e Antiguidades, Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, chamou o documentário de “uma falácia histórica flagrante” em uma postagem oficial.
Na ocasião, Mostafa ainda disse:
Já que o filme é classificado como um documentário e não uma obra dramática, o que exige que os responsáveis por sua produção priorizem a precisão e se baseiem em fatos históricos para garantir que a história e as civilizações não sejam falsificadas.”
Ainda, o ex-ministro de Antiguidades, Zahi Hawass, referindo-se ao busto de Cleópatra em exibição no Museu de Berlim, comentou sobre as estátuas da rainha Cleópatra descobertas em Taposiris Magna, a oeste de Alexandria serem “a melhor evidência de suas verdadeiras características e suas origens macedônias.”
O documentário que será produzido no Egito ainda não tem data de estreia.