O PhD e neuropsicólogo Fabiano de Abreu esclarece o que faz com que a nicotina vicie tanto as pessoas
Todo dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco, que tem como objetivo conscientizar o público sobre o perigo do uso do tabaco. Neste dia, a OMS (Organização Mundial da Saúde) realiza inúmeras campanhas para ajudar no controle do tabagismo.
Segundo dados da mesma organização, que foram divulgados no final de 2020, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas em todo o mundo anualmente. Destas mortes, cerca de 7 milhões foram resultado do uso direto do tabaco. É possível compreender, portanto, que 1,2 milhão de pessoas morrem por estarem expostas ao fumo passivo.
Pensando nisso, o PhD, neurocientista, neuropsicólogo e biólogo Fabiano de Abreu explica detalhes sobre o tabaco, que vem causando milhões de mortes ao redor do mundo. Segundo o pesquisador, trata-se de uma planta “cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa dependência”.
“No mercado se encontram diversos produtos derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros”, conta.
Abreu afirma que "a molécula de Nicotina, considerada uma droga psicoativa, imita o papel de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que está relacionado com o movimento muscular, respiração, frequência cardíaca, apetite, humor, no aprendizado e na memória”.
Em relação ao vício causado, o neurocientista explica que quando a nicotina chega no cérebro, “ela se junta aos receptores de acetilcolina imitando suas ações assim como ativa áreas do cérebro envolvidas com o prazer e gratificação aumentando os níveis de dopamina, outro neurotransmissor, relacionado ao vício”.
Hoje, ao comemorar o Dia Mundial sem Tabaco, percebe-se a importância de conscientização acerca do assunto. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, por exemplo, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência à nicotina.
“Que este dia traga mais conscientização à sociedade, e quem sabe isso reflita numa queda desses números nos próximos anos”, finaliza Fabiano.