A embarcação repleta de artefatos históricos estava escondida a apenas 2 metros da superfície
A ilha espanhola de Maiorca recebe milhões de turistas todos os anos. Dentre seus inúmeros pontos turísticos, a Baía da Palma é um dos mais populares, e, de forma inesperada, foi justamente sob as areias deste movimentado local que pesquisadores descobriram as ruínas intocadas de um impressionante navio mercante romano do século 4.
De 12 metros de comprimento e por volta de 5 ou 6 metros de largura, o barco foi trazido à superfície entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022. Agora, seus inúmeros tesouros estão sendo analisados pelos cientistas.
Foram encontradas nada mais nada menos que 300 ânforas, nome dado a antigos jarros de barro, com inscrições ainda legíveis. Eles continham todo tipo de especiaria, como vinho, azeite, azeitonas e garum, um molho antigo feito com peixe fermentado.
O naufrágio surpreendeu os especialistas pelo seu estado de conservação, que possivelmente foi alcançado devido à alta salinidade das águas do Mediterrâneo.
“As coisas foram tão perfeitamente preservadas que encontramos pedaços de tecido, um sapato de couro e um de lona", descreveu Miguel Ángel Cal, um dos arqueólogos envolvidos na descoberta, conforme informações divulgadas pelo The Guardian.
Além desses itens, a embarcação também revelou uma lamparina, uma panela e corda. A averiguação dos artefatos dentro do navio naufragado, assim como a própria estrutura da embarcação, poderão trazer mais conhecimentos a respeito do dia-a-dia dos marinheiros do século 4.
A tripulação do navio, aliás, pode ter sobrevivido ao naufrágio, de acordo com as análises dos pesquisadores. Isso porque não foram encontrados restos mortais, de forma que eles devem ter abandonado a embarcação e nadado em direção à costa.
“Esta é uma daquelas descobertas em que você está rindo o tempo todo porque não consegue acreditar. Esse é o tipo de coisa que acontece com você apenas uma vez em toda a sua vida acadêmica. Nunca mais encontraremos algo assim e é isso que o torna tão especial”, concluiu Miguel.
Um dos próximos passos da pesquisa é procurar uma maneira de restaurar a madeira do casco, uma vez que os envolvidos desejam colocar o navio romano em exposição.