Após grandes criticas por mudanças na história da clássica animação, a companhia agora é atacada por ter gravado na província chinesa de Xinjiang
Quando a Disney anunciou a produção do live-action da clássica animação Mulan, inúmeros fãs ao redor do mundo reclamaram das mudanças que a companhia faria na versão atual. Todavia, após o lançamento da obra cinematográfica na última sexta-feira, 4, a produção foi alvo de uma nova polêmica.
Segundo o Hollywood Reporter, parte das filmagens foi realizada no Vale Tuyuk, Turpan, e também no deserto de Mingsha, que engloba Xinjiang, uma província que tem sido algo de polêmicas por violações de direitos humanos. Mas essa não foi a única crítica. Segundo o site, alguns fãs que já assistiram a produção nos EUA notaram um agradecimento nos créditos finais ao governo acusado de violações.
O veículo relata que os créditos finais mencionam órgãos oficiais da cidade de Turpan. Estes estariam ligados à existência de campos de reeducação para mulçumanos da etnia uigur, que já afirmaram ter passado por trabalho forçado, doutrinação política e até mesmo esterilização.
A autora Jeanette NG, que nasceu em Hong Kong, pediu um boicote ao longa através de sua conta oficial no Twitter. “Mulan agradeceu especificamente o Departamento de Publicidade do Comitê da região autônoma de Uigur de CPC Xinjiang nos créditos. Vocês sabe, o lugar onde acontece um genocídio cultural”.
Confira a postagem completa abaixo.
Mulan specifically thank the publicity department of CPC Xinjiang uyghur autonomous region committee in the credits.
— Jeannette Ng 吳志麗 (@jeannette_ng) September 7, 2020
You know, the place where the cultural genocide is happening.
They filmed extensively in Xinjiang, which the subtitles call “Northwest China”#BoycottMulanpic.twitter.com/mba3oMYDvV