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Notícias / Faixa de Gaza

Muçulmano, ex-refém do Hamas revela que quase não viu a luz do sol durante cativeiro

Homem de 52 anos resgatado após dez meses em cativeiro disse que, mesmo sendo muçulmano, não recebeu tratamento diferenciado de seus sequestradores

Redação Publicado em 28/08/2024, às 15h00

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Kaid Farhan Elkadi ao lado do irmão no hospital - Divulgação/Redes sociais
Kaid Farhan Elkadi ao lado do irmão no hospital - Divulgação/Redes sociais

O ex-refém Kaid Farhan Elkadi, que passou dez meses em cativeiro na Faixa de Gaza, já compartilhou algumas de suas experiências do período em questão com a família.

O homem, que tem 52 anos, foi o oitavo refém a ser resgatado, sendo o primeiro árabe-israelense. Ele diz que quase não foi exposto à luz do sol durante oito meses e que presenciou a morte de um colega de cativeiro. Mesmo sendo muçulmano, não recebeu tratamento diferenciado de seus sequestradores.

"A única coisa que permitiram a ele foi rezar", disse Fadi Abu Sahiban, primo de Elkadi, ao jornal Haaretz.

Segundo informações do portal O Globo, Elkadi fazia parte dos oito membros da empobrecida minoria árabe beduína de Israel sequestrados durante o ataque do Hamas em outubro. Ele foi encontrado por soldados israelenses e forças especiais em uma rede de túneis do Hamas, durante uma "operação complexa" em Rafah, no sul de Gaza. Estava sozinho em um quarto a quase 23 metros de profundidade.

Dias difíceis

O Exército israelense informou que não poderia dar mais detalhes sobre o resgate por questões de segurança, mas Elkadi, que é pai de 11 filhos, descreveu aos familiares os "dias difíceis, [em] um cativeiro muito cruel", segundo Ata Abu Medigam, ex-prefeito de Rahat. Ele também mencionou o medo de perder a visão, verificando seus reflexos com frequência.

"[Ele] ouvia os bombardeios das Forças Armadas de Israel e seu corpo tremia", disse seu primo, acrescentando que Elkadi temia que cada dia fosse seu último, não apenas devido aos sequestradores, mas também por causa dos bombardeios.

Elkadi foi levado a um hospital e está em "condição médica estável", segundo o Exército israelense. Dos 251 sequestrados durante o ataque do Hamas, estima-se que 108 reféns ainda permaneçam em Gaza.