Á respeito do novo balanço nacional, especialista acredita que o número esteja ligado às consequências da pandemia
Na última semana o Japão divulgou um relatório com novos dados sobre mortalidade no país, onde incluiu pesquisas sobre as causas mais comuns de falecimento entre japoneses.
Entre os resultados, uma estimativa apontou um número alto de mortes por suicídio. Segundo a pesquisa, 2.153 pessoas se suicidaram no país somente em outubro deste ano.
Esse número chama a atenção pela grave situação e por ter ultrapassado o total de mortos por covid-19 no Japão, que conforme divulgado pelo jornal Japan Times foram 2.057.
O professor da Universidade Waseda em Tóquio, Michiko Ueda, que é especialista no assunto, acredita na hipótese de que o número de suicídios tenha se elevado por conta da pandemia.
"Nem tivemos um lockdown, e o impacto da covid aqui é mínimo em comparação a outros países... Mas ainda vemos um grande aumento no número de suicídios. Isso indica que outros países podem ver um aumento similar ou ainda maior nos números no futuro", explicou ele em entrevista à CNN estadunidense.
O Japão continua sendo um dos únicos países no mundo a divulgarem, regularmente, os seus dados sobre suicídio — nos EUA, por exemplo, o último relatório a respeito do tema foi feito em 2018.
O suícidio no Japão
O Monte Fuji é um dos pontos mais conhecidos no Japão. Uma interpretação popular diz que o nome Fuji vem da junção de dois símbolos (não e dois), o que significaria que o lugar é único, sem igual. De fato, ele é magistral e uma das maiores belezas naturais do mundo. Mas um bosque, localizado na base noroeste do monte, apresenta uma história trágica e que não condiz com o cartão postal asiático.
A floresta de Oakigahara é conhecida como local no qual ocorrem dezenas de suicídios todos os anos. Apesar das autoridades locais não divulgarem o número oficiais – para não estimularem mais pessoas à prática – estima-se que todos os meses, cerca de 10 pessoas colocam um ponto final em suas vidas.
O Japão é conhecido por ter uma das maiores taxas de autoextermínio do mundo. Segundo dados de 2015 da Organização Mundial da Saúde, a cada 100 mil habitantes, 19.7 cometem o ato na terra do sol nascente.
A morte parece fazer parte de Oakigahara. A região é constantemente relacionada ao local onde no passado se praticava o ubasute – em que idosos eram abandonados para morrer devido a escassez de comida e a seca prolongada. Alguns moradores falam que os fantasmas dos idosos permanecem vagando na mata.