Predador gigante parecido com salamandra viveu antes dos dinossauros e tinha características de transição aquática para terrestre
Publicado em 04/07/2024, às 12h05
Pesquisadores da Namíbia descobriram recentemente os restos fósseis de uma enorme criatura já extinta, mas que chama bastante atenção por suas características. O animal, que teria vivido nos pântanos antes mesmo do surgimento dos primeiros dinossauros, seria um grande predador parecido com uma salamandra, com características de transição evolutiva entre os animais aquáticos e terrestres.
A criatura, o Gaiasia jennyae, habitou a Terra há cerca de 280 milhões de anos — os dinossauros surgiram há 240 milhões de anos —, e seu crânio media mais de 60 centímetros.
Estima-se que, ao todo, seu comprimento poderia chegar a cerca de 2,5 metros, tornando-o possivelmente um dos maiores predadores de sua época. O "monstro" foi descrito em estudo publicado na última quarta-feira, 3, na revista Nature.
E, de fato, a criatura era um caçador de ponta: "Ele tem uma cabeça grande, plana, em forma de assento de vaso sanitário, o que lhe permite abrir a boca e sugar a presa. Ele tem essas presas enormes, toda a frente da boca é apenas dentes gigantes", descreve Jason Pardo, pesquisador do Field Museum em Chicago, em declaração.
Os fósseis foram descobertos na Formação Gai-As, no noroeste da Namíbia, que na época do G. jennyae era parte sul do supercontinente Gondwana, anterior à Pangeia. Ao tofo, foram descobertos fósseis de quatro indivíduos da espécie, contando com fragmentos de crânio e de uma coluna vertebral.
Segundo o Live Science, quando o "monstro do pântano" pré-histórico viveu, o território que hoje corresponde à Namíbia era quase paralelo ao ponto mais ao norte da atual Antártida, e nesse período uma era glacial chegava ao fim.
Nesse cenário, as regiões da Terra mais próximas ao equador secavam primeiro, e ali os animais evoluíam de maneira mais abrangente e rápida, para que os novos nichos que surgiam fossem preenchidos. Porém, em regiões como a que o G. jennyae, formaram-se pântanos, que possibilitaram que os animais que ali vivessem preservassem características mais primitivas.
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Por essa razão, a criatura descoberta na Namíbia pode ser classificado como um tetrápode-tronco, um tipo de vertebrado antigo com características intermediárias entre peixes e os primeiros tetrápodes de quatro membros.
Esses animais, por exemplo, ainda tinham características aquáticas como guelras, mas já apresentavam membros semelhantes a patas, mas que não eram totalmente evoluídos para que pudessem se locomover em terra.