Ação judicial, movida pela filha da atriz, acusa Michelle Bolsonaro de usar indevidamente imagem de Leila Diniz em prol de campanha própria
Recentemente, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) vem tentado intimar a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a depor em um processo movido por Janaina Diniz Guerra, filha da atriz e modelo brasileira Leila Diniz (1945 - 1972).
Segundo ela, Michelle teria utilizado indevidamente uma imagem com sua mãe. A intimação foi feita no dia 15 de janeiro, e pretende-se que ambas as partes compareçam a uma audiência no Rio de Janeiro no próximo dia 21.
Conforme explica O Globo, o processo foi movido originalmente no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), e teria começado após o PL Mulher fazer uma publicação com uma imagem de Leila Diniz em um protesto em 1968, época da Ditadura Militar (1964 - 1985).
A publicação foi feita em fevereiro de 2023 e, além da própria Leila, na imagem também é possível ver as atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Bengell de mãos dadas.
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A publicação, no caso, tinha a intenção de celebrar a conquista do voto feminino. Para isso, foi feita uma montagem com o rosto de Michelle ao lado da fotografia histórica. Acreditando que a memória de sua mãe é oposta ao moralismo bolsonarista, Janaina pede não só a remoção do conteúdo, como também uma indenização no valor de R$ 52,8 mil.
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O uso político, não autorizado, da imagem de minha mãe respaldando a pré-campanha de Michelle Bolsonaro é uma imensurável ofensa a tudo que minha mãe representou e ainda representa", afirma Janaina em auto da ação judicial.
Essa não foi a primeira vez que a fotografia com Leila Diniz é razão de polêmica. Em dezembro de 2022, a atriz e ex-secretária da Cultura, Regina Duarte, compartilhou a imagem junto a um discurso de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil pelo PL.
Ao passo que Bolsonaro afirmava, no discurso, que o golpe militar foi uma "exigência da sociedade", a imagem de Leila Diniz era utilizada como se ela e seu grupo fosse de manifestantes a favor da ditadura, em 1964. Por conta disso, Regina Duarte também foi processada.