Chamado de Charlie, o bicho-pau encontrado pela inglesa Lauren Garfield chamou atenção de especialistas em Londres
Há alguns anos, Lauren Garfield decidiu investir parte de seu tempo em uma coleção de insetos. Recentemente, no entanto, ela descobriu que um dos indivíduos dos quais toma conta, na verdade, é um raro bicho-pau ginandromorfo.
Segundo o UOL, tudo começou quando o inseto apelidado de Charlie trocou de pele. Naquele dia, Lauren percebeu que o bicho-pau passou a apresentar duas cores. De um lado, ele estava verde, característica das fêmeas da espécie; e, do outro, carregava uma asa marrom, comum nos bichos-pau machos.
Essa mistura entre características de indivíduos machos e fêmeas, ainda de acordo com o UOL, é uma condição conhecida como ginandromorfismo.
Diante do inseto bicolor, Lauren entrou em contato com o especialista em insetos Paul Brock, do Museu de História Natural de Londres, para compartilhar a descoberta. Em seguida, enviou Charlie até a instituição, para que o bicho pudesse ser estudado.
Em seu Facebook, a britânica, que vive no condado britânico de Suffolk, comentou a descoberta. “Eu crio insetos há algum tempo — e tenho criado (acidentalmente) um bicho-pau ginandromorfo. Isso significa que ele é metade macho (o lado verde) e metade fêmea (lado marrom com a asa)”, narrou Lauren.
É algo raro nesta espécie, por isso Charlie (nome dado pelas crianças) assinou contrato e foi hoje para o Museu de História Natural para ser adicionado à coleção deles, e me pediram para escrever um artigo. Estou estranhamente excitada”, afirmou.
Em entrevista à BBC, Paul Brock afirmou que o espécime é “notável”, já que existem poucos indivíduos ginandromorfos. "Em 1958, um autor mostrou uma probabilidade de 0,05% para a ocorrência de ginandromorfia para o bicho-pau de laboratório Carausius morosus, mantido em cultura na Europa e em outros lugares desde 1901", explicou ele.
A parte triste da história é que, por conta de sua condição, a genitália de Charlie não tem a forma adequada, fator que impede o acasalamento. Ainda mais, considerando que esses insetos dificilmente preservam suas cores quando morrem naturalmente, pode ser que o indivíduo encontrado por Lauren tenha de ser sacrificado.
"Eu me sinto mal por isso, mas quando estiver completamente crescido, o bicho não viveria muito tempo, de qualquer forma. Pelo menos ele será preservado", comentou a inglesa, por fim, em suas redes sociais.