Entre 30 mil e 50 mil moedas foram localizadas na costa da Sardenha, ilha italiana no mar Mediterrâneo
Publicado em 06/11/2023, às 08h19 - Atualizado em 07/11/2023, às 10h37
Datado da primeira metade do século 4 d.C., um tesouro foi descoberto por um mergulhador que nadava em Arzachena, na costa norte do leste da Sardenha, uma ilha italiana no Mar Mediterrâneo. Este tesouro é composto por entre 30 mil e 50 mil moedas fólis, que são objetos do Império Romano feitos de bronze com uma fina camada externa de prata.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Cultura da Itália no último sábado, 4, a descoberta foi feita por um cidadão comum durante um mergulho, quando ele notou restos metálicos a pouca profundidade, não muito longe da costa.
As autoridades, incluindo o Núcleo Arqueológico Subaquático da Superintendência de Arqueologia, Belas Artes e Paisagem de Sassari e Nuoro (ABAP), os Carabinieri do Núcleo de Proteção do Patrimônio Cultural da Sardenha e o Núcleo de Carabinieri Subaquáticos da Sardenha, realizaram uma investigação na área marítima em questão com o apoio de outras autoridades locais.
Os pesquisadores que exploraram o mar na região identificaram duas grandes áreas de dispersão das moedas em uma ampla faixa de areia que se estende entre a praia e a posidônia, uma vegetação marinha típica do Mediterrâneo. Há a possibilidade de que, sob essa vegetação, haja os restos de um navio naufragado, por exemplo, como destacou a revista Galileu.
O Ministério da Cultura italiano informou que todas as moedas estão em um estado excepcional e raro de conservação, com apenas quatro peças danificadas, embora ainda legíveis. A datação das moedas abrange o período de 324 (cunhagem de Licínio) a 340 d.C., o que foi confirmado pela presença de moedas de Constantino, o Grande, e por todas as outras moedas da família imperial, incluindo os Césares.
Essa datação é ainda respaldada pela ausência de centenionais, moedas cunhadas a partir de 346 d.C. Segundo o Ministério da Cultura, "O grupo de fólis recuperado provém de quase todas as cunhagens do Império ativas naquela época, com exceção de Antioquia, Alexandria e Cartago".
Luigi La Rocca, diretor geral da ABAP, afirmou: "O tesouro encontrado nas águas de Arzachena representa uma das descobertas mais importantes de objetos numismáticos dos últimos anos e destaca mais uma vez a riqueza e a importância do patrimônio arqueológico que os leitos marinhos de nossos mares, atravessados por pessoas e mercadorias desde tempos antigos, ainda guardam e preservam."