Ordem do Dia, que fazia alusão ao 31 de março, data de aniversário do Golpe Militar, havia sido restabelecida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
Neste ano, o Exército não fará a leitura da Ordem do Dia alusiva ao 31 de março — data de aniversário do golpe militar de 1964. A informação foi confirmada pelo general Tomás Paiva, comandante do Exército.
Segundo repercutido pela coluna de Carla Araújo no UOL, a decisão de não divulgar uma mensagem pelo aniversário do golpe se dá, pois, de acordo com fontes da caserna, Tomás Paiva considera que “o normal era não existir”.
Após o período de 21 anos de Ditadura, entre 1964 e 1985, a mensagem da Ordem do Dia continuou sendo lida por cerca de uma década em quartéis e divulgada à sociedade. Mas durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, ela deixou de ser executada.
Já no governo Lula, entre 2003 e 2010, as Ordens do Dia foram publicadas em 2004, 2005 e 2006, segundo arquivos do próprio Exército, de acordo com o Centro de Comunicação Social.
A leitura parou de ser feita também durante o mandato de Dilma Rousseff, que sofreu torturas durante a ditadura militar. Após sofrer impeachment, Michel Temer, que assumiu a presidência, também prosseguiu sem a execução da Ordem do Dia.
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As mensagens só foram retomadas a partir do primeiro ano do ex-presidente Jair Bolsonaro, que havia determinado "ao Ministério da Defesa que faça as comemorações devidas com relação ao 31 de março de 1964, incluindo a ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que já foi aprovada pelo nosso presidente", alegou à época o porta-voz general Otávio do Rêgo Barros.