Brasil figura entre os dez casos mais graves do mundo, com regiões como Amazônia e Sudeste sofrendo consequências severas
Redação Publicado em 24/03/2025, às 18h30
Um estudo recente, publicado na revista científica Science, revelou um aumento na frequência e intensidade das mega secas em todo o mundo. Essas secas prolongadas, com duração de pelo menos dois anos, têm se tornado mais frequentes e devastadoras nas últimas quatro décadas.
A pesquisa analisou dados de 1980 a 2018 e identificou mais de 13 mil eventos de mega seca nesse período. O Brasil, infelizmente, figura duas vezes entre os dez casos mais graves, evidenciando a vulnerabilidade do país diante desse fenômeno.
Segundo Simone Fatichi, autor do estudo, explicou ao G1, essas secas não são eventos meteorológicos isolados, mas sim períodos prolongados de falta de chuva que afetam grandes áreas. A situação é agravada pelo aquecimento global, desmatamento e eventos climáticos como o El Niño.
O Brasil tem sofrido com condições climáticas extremas nos últimos anos, incluindo a mega seca de 2024, que afetou grande parte do território nacional. A Amazônia e o Pantanal são particularmente vulneráveis. Em 2023, o Pantanal registrou uma redução de 61% em sua área alagada, enquanto a Amazônia enfrentou um aumento de 2000% na área afetada por seca extrema em 2024.
A Amazônia Sul-Ocidental, que abrange parte dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, sofreu uma mega seca devastadora de 2010 a 2018. Rios importantes como o Madeira, Negro e Solimões secaram, isolando comunidades ribeirinhas e aumentando o risco de incêndios florestais.
Segundo o G1, a região Sudeste do Brasil também foi duramente atingida por uma mega seca entre 2014 e 2017. O Sistema Cantareira, que abastece milhões de pessoas em São Paulo, operou com níveis críticos de água. Reservatórios em Minas Gerais e rios no Rio de Janeiro e Espírito Santo também sofreram com a seca.
