O papel de Danielle Roberts no culto de Keith Raniere era cauterizar um símbolo específico na pele das vítimas do grupo
Na última semana, autoridades de Nova York decidiram revogar a licença médica de Danielle Roberts, profissional apontada como membro da seita NXIVM, segundo relatou o site ABC News. Nesse sentido, a mulher foi considerada responsável por cauterizar a pele das vítimas do grupo com as iniciais de Keith Raniere, o líder da organização.
Na decisão, o comitê de audiência do departamento de saúde afirmou que Danielle utilizava um dispositivo de cauterização para conseguir marcar as letras “KAR” na região pélvica das vítimas da NXIVM. De acordo com as autoridades, ela não aplicava anestesia nas mulheres "para intencionalmente causar dor a elas".
Tal marca, conforme apontam as investigações, simboliza a posição de escravas que as mulheres eram obrigadas a assumir na seita — enquanto Keith Raniere era considerado o ‘senhor’. Dentro da NXIVM, inclusive, Danielle fazia parte de um grupo secreto composto apenas por mulheres, chamado DOS, que exigia um “voto de obediência”.
Em seu testemunho, a médica "negou ter sofrido uma lavagem cerebral, mas não expressou nenhum remorso real, o que representou para o comitê de audiência sua realidade distorcida e a preocupação real de que outros permaneçam vulneráveis a suas marcas futuras", segundo narrou a decisão do próprio comitê.
Na sexta-feira, 1, logo depois da decisão, o advogado de Danielle, Anthony Scher, afirmou que eles provavelmente irão apelar contra a decisão. “As evidências no caso foram esmagadoras de que ela não estava praticando medicina e, portanto, os padrões normais que se aplicam à prática médica não se aplicam”, afirmou a defesa da médica.