A irmã foi presa por esconder os escritos de Matteo Denaro, o homem mais procurado da Itália até a sua prisão em janeiro
A polícia encontrou, após uma revista na casa da irmã do mafiosoMatteo Denaro, pedaços de papel usados pelo criminoso para entregar suas instruções datilografadas para, inclusive, membro da máfia. Os papéis culminaram na prisão da mulher.
Rosalia Messina Denaro é irmã do homem mais procurado da Itália até sua prisão em 16 de janeiro, Matteo Denaro, descrito como “o último padrinho da máfia siciliana”. Ela, segundo os investigadores, o ajudou a escapar da captura por 30 anos e atuou em seu nome como “caixa”.
Como repercutido pelo 'The Guardian', em sua residência, a polícia encontrou pizzini, os pedaços de papel usados por ele para entregar suas instruções. Além de todo esse envolvimento nos crimes do irmão, Rosalia Messina Denaro administrava essa rede de pizzini, possibilitando que o chefe da máfia mantivesse relações com sua organização durante seu longo período como foragido.
Matteo Denaro está detido em uma prisão de segurança máxima na cidade de L'Aquila, no centro da Itália, no local ele recebeu uma sessão inicial de quimioterapia. Ele foi detido em uma clínica particular de Palermo, onde realizava, periodicamente, um tratamento para um tumor sob o nome falso de Andrea Bonafede.
Ainda segundo a fonte, ele possui envolvimento em crimes, como ataques a bomba em 1992 que mataram os magistrados antimáfiaGiovanni Falcone e Paolo Borsellino. Além, do assassinato em 1996 do menino de 12 anos, Giuseppe Di Matteo, filho de um mafioso. Ele se tornou testemunha do estado depois de ter sido estrangulado e dissolvido em ácido.
Os pizzini foram encontrados escondidos na cavidade de uma cadeira na casa da irmã de Denaro. Essas instruções eram endereçadas a várias pessoas, até mesmo supostos integrantes da máfia.
Eles foram encontrados na casa em Castelvetrano, onde ele nasceu, na costa sudoeste da Sicília. Neles também tinham registros da visão do líder sobre a vida e suas crenças pessoais.
Ser indiciado por ser mafioso, neste momento, considero uma honra”, escreveu, Denaro, de próprio punho em um dos pizzini. “Fomos perseguidos como se fôssemos canalhas, tratados como se não fôssemos parte da raça humana, nos tornamos uma etnia a ser apagada”.
Também foi encontrada uma nota da própria Rosalia Messina Denaro descrevendo detalhadamente o estado de saúde do irmão.