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Notícias / Escravidão

Kamala Harris nega encontro com governador que defende 'lado positivo' da escravidão

Vice-presidente rechaçou convite para debater supostas "qualidades redentoras da escravidão"; entenda!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 02/08/2023, às 10h49

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Kamala Harris, vice-presidente dos EUA - Getty Images
Kamala Harris, vice-presidente dos EUA - Getty Images

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, negou se encontrar com o governador da Flórida, Ron DeSantis, para debater os novos padrões escolares de ensino da história afro-americana no estado.

O convite foi feito pelo republicano para aproveitar a presença de Harris na Flórida, onde discursou na tarde de ontem, 1, em uma convenção da Sociedade Missionária Feminina da Igreja Episcopal Metodista Africana, em Orlando.

A negativa se dá pelo fato, conforme repercutido pelo The Guardian, de DeSantis defender que os negros escravizados obtiveram benefícios que puderam ser usados mais tarde em suas vidas.

"Bem aqui na Flórida, eles planejam ensinar aos alunos que pessoas escravizadas se beneficiaram da escravidão", disse Kamala no início de seu discurso. "Eles nos insultam na tentativa de nos iluminar, na tentativa de dividir e distrair nossa nação com debates desnecessários, e agora tentam legitimar esses debates desnecessários".

Bom, estou aqui na Flórida e vou te dizer, não tem mesa redonda, nem palestra, nem convite que vamos aceitar para debater um fato inegável: não houve qualidades redentoras da escravidão", prosseguiu.

Harris, que é a primeira mulher e primeira pessoa afro-americana a ocupar tal cargo, finalizou: "Como eu disse na semana passada, quando estive novamente aqui na Flórida, não vamos parar de gritar e lutar contra os chamados líderes extremistas que tentam impedir que nossos filhos aprendam nossa verdadeira e completa história."

A escravidão nos EUA

Entre 1526 e 1867, segundo o Gilder Lehrman Institute of American History, em Nova York, aproximadamente 12,5 milhões de homens, mulheres e crianças foram capturadas na África e colocadas em navios negreiros — deste montante, por volta de 10,7 milhões desembarcaram nas Américas. A escravidão nos Estados Unidos durou 350 anos, tendo seu fim ratificado com a 13ª emenda, de dezembro de 1865.

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No convite, feito através de uma carta, Ron DeSantis, que ocupa a segunda colocação nas primárias presidenciais republicanas — ficando atrás de Donald Trump —, reclamou que "o governo Biden repetidamente menosprezou nosso estado e informou mal os americanos sobre nosso sistema educacional".

Na última vez que esteve na Flórida, Kamala Harris disse que os padrões escolares do estado estavam "empurrando propaganda" para as crianças.

"Alguém poderia pensar que a Casa Branca aplaudiria tal ousadia em ensinar a história única e importante da história afro-americana. Mas, em vez disso, você tentou ganhar pontos políticos baratos e rotular os pais da Flórida de 'extremistas'", reclamou o governador.

Já passou da hora de esclarecer as coisas.”

As falas de DeSantis, porém, enfrentam resistência até mesmo dentro do partido. Will Hurd, um ex-congressista do Texas que também concorre à presidência, disse à NBC que "qualquer um que esteja insinuando que houve uma vantagem na escravidão é insano".