Agora, o número de alpinistas autorizados a escalar a montanha mais alta do mundo será limitado, por determinação da Justiça
Publicado em 03/05/2024, às 17h29
Nesta semana, a Justiça do Nepal determinou que o governo deve limitar o número de pessoas autorizadas a escalar o Everest e outras montanhas da região, que apresenta 8 dos 10 montes mais altos do mundo.
Conforme repercutido pelo jornal O Globo, a informação foi confirmada nesta sexta-feira, 3, pelo advogado Deepak Bikram Mishra, responsável por uma petição para diminuir as visitas. Segundo Mishra, o tribunal atendeu às preocupações a respeito das montanhas do Nepal e de seu meio ambiente.
A decisão ordenou um limite no número de alpinistas e também impôs medidas para o manejo de resíduos e a preservação do ambiente das montanhas", afirmou Mishra em entrevista à AFP.
O veredito estipulou que o limite das montanhas, um número que ainda não foi divulgado, “deve ser respeitado”. Hoje em dia, o Nepal libera a entrada de todos que solicitam e pagam a taxa de US$ 11 mil (R$ 55,7 mil) para escalar o Everest, localizado 8.848 metros acima do nível do mar.
No último ano, o país bateu um recorde com 478 autorizações para o Everest. Em 2019, um congestionamento de tráfego humano resultou em equipes paralisadas por horas no topo da montanha, enfrentando temperaturas negativas. Estima-se que quatro das 11 mortes naquele ano foram causadas pelo congestionamento.
Estamos pressionando muito a montanha e precisamos dar um alívio a ela", enfatizou Mishra à AFP.
A decisão do tribunal também restringiu o uso de helicópteros, que deverão ser utilizados apenas para resgates de emergência. Nos últimos anos, muitas dessas aeronaves foram utilizadas para transportar equipamentos de montanhismo para acampamentos na base e em outras áreas perigosas.
Além disso, o Nepal implementou novas regras neste ano para os alpinistas do Everest, que deverão levar localizadores de GPS para facilitar o resgate em caso de acidente. Também é exigido que todos sejam responsáveis pela eliminação de seus resíduos, utilizando sacos biodegradáveis.