Relato em lágrimas de Venâncio da Silva Anschau iniciou o sétimo dia do processo judicial
Nesta terça-feira, 7, ocorreu o sétimo dia de julgamento do caso da boate Kiss, que foi destruída por um incêndio no ano de 2013, deixando um total de 242 mortos e 680 feridos.
Os réus sendo julgados por conta do incidente são Elissandro Callegaro Spohr, também conhecido pelo apelido de 'Kiko', que era sócio do estabelecimento; Luciano Augusto Bonilha Leão, o produtor musical da Gurizada Fandangueira, banda que tocava naquela noite, Mauro Lodeiro Hoffmann, o segundo sócio da Kiss, e Marcelo de Jesus dos Santos, um dos artistas que compunha a banda.
Já Venâncio da Silva Anschau, que atuava como o técnico de som do grupo musical, foi ouvido como testemunha de defesa de Marcelo, segundo repercutido pelo g1.
O integrante da Gurizada Fandangueira e o produtor musical foram acusados de homicídio por duas razões: uma delas é o fato de terem trazido fogos de artifício para o show dentro da boate, a despeito do uso desses artefatos pirotécnicos não ser considerado seguro para ambientes fechados. A segunda seria a negligência deles em avisar o público de que havia se iniciado um incêndio.
O relato de Venâncio se aplica na defesa desse segundo aspecto, uma vez que afirmou ter desligado o som do palco quando percebeu uma confusão se formando.
Eu não tenho dimensão, não imagino o que esteja acontecendo e eu desligo os microfones. Eu desabilitei. Errei", contou o homem em meio às lágrimas.
O ex-técnico de som narrou ter visto Marcelo e outro integrante da banda, Márcio, gesticulando e apontando para o teto. Em seguida, alguém em posse de um extintor subira no palco (infelizmente, o equipamento não funcionou como deveria, falhando em extinguir o início do fogo).
O procedimento padrão das performances incluía manter o áudio desativado no início das apresentações, para apenas reativá-los com o andamento do show, de forma que Anshau seguia sua rotina de sempre.
Ele não tinha uma visão boa do palco, ainda conforme as informações repercutidas pelo g1, e não conseguiu identificar a situação de emergência à tempo.
Após o episódio, o profissional precisou ser internado devido a problemas respiratórios. Sua filha nasceu apenas dias após a tragédia, também de acordo com seu depoimento.
Relembre o incêndio da boate nesta matéria.