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Notícias / Estados Unidos

Juiz suspende execução de Lisa Montgomery, que estava marcada para hoje

Há 16 anos, Lisa foi condenada depois de matar uma mulher grávida e roubar seu feto

Fabio Previdelli e Penélope Coelho Publicado em 12/01/2021, às 14h17

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Lisa Montgomery - Wikimedia Commons
Lisa Montgomery - Wikimedia Commons

Hoje, 12, Lisa Montgomery se tornaria a primeira mulher a ser condenada à morte em quase 70 anos pelas autoridades federais americanas. No entanto, um pedido de última hora de um juiz suspendeu a execução. As informações a seguir foram repercutidas pelo UOL.  

Há 16 anos, Lisa foi condenada depois de matar uma mulher grávida e roubar seu bebê. Agora, aos 52 anos, ela está detida em Indiana, onde receberia uma injeção letal nesta noite. Porém, a pedidos de seu advogado, o juiz James Hanlon ordenou ontem, 11, que a execução fosse suspensa.  

Imagem ilustrativa de um corredor de prisão / Crédito: Divulgação/ Unsplash

Segundo sua defensoria, Montgomery é portadora de problemas mentais. "As informações apresentadas (...) contêm muitas provas de que o estado mental atual de Montgomery se afasta tanto da realidade que a impede de compreender racionalmente o motivo do governo para sua execução", explicou Hanlon.  

Assim, o magistrado indicará ao tribunal para que outra audiência seja marcada, desta vez para avaliar a saúde mental da ré.  Relembre o caso!

Antes de tudo

Nascida em 27 de fevereiro de 1968, nos Estados Unidos, Lisa Marie Montgomery, cresceu em um lar abusivo, onde afirmou ter sido violentada sexualmente pelo próprio pai.

Para conseguir sair de casa, a mulher se submeteu a casamentos onde também vivenciou abusos. A partir dessas relações, Montgomery teve quatro filhos e decidiu fazer uma laqueadura (processo que resulta na esterilização) para não engravidar mais, na década de 1990.

Ao longo dos anos, seus parceiros afirmavam que a mulher mentia constantemente sobre uma gravidez, mesmo depois de ter realizado o procedimento cirúrgico. O que parecia ser somente uma ‘mentirinha’ se transformou numa verdadeira obsessão, que levou a um terrível assassinato.

O crime

No ano de 2004, então aos 36 anos, Lisa usou a internet para encontrar a vítima para executar seu plano. Na ocasião, a criminosa entrou em um fórum para donos e criadores de cães da raça rat terrier, com o nome falso de Darlene Fisher.  

Nesse site, a norte-americana começou a conversar com Bobbie Jo Stinnett, uma jovem de 23 anos, que esperava um bebê. Montgomery mentia dizendo que também estava grávida e com o tempo, as duas começaram a trocar ‘experiências’ sobre a gravidez.

Memorial feito em homenagem para Bobbie Jo Stinnett no centro de Skidmore, Missouri, EUA / Crédito: Wikimedia Commons

Lisa então sugeriu um encontro com Bobbie com o falso pretexto de comprar um cachorro. Com o evento marcado, a mulher viajou de sua casa em Melvern, no estado do Kansas, até o Missouri.

No dia 16 de dezembro de 2004, Lisa chegou a residência de sua vítima. Inicialmente brincou com os cães, até surpreender Stinnett enforcando-a por trás, quando colocou uma corda em volta do pescoço da jovem. Quando percebeu que Bobbie estava sem vida, a criminosa usou uma faca para cortar a barriga da mulher e roubar seu bebê.

Consequências

Uma hora depois do ocorrido, a mãe da vítima encontrou sua filha morta em um verdadeiro cenário de horror. Na ocasião, um fio de cabelo loiro foi encontrado nas mãos da grávida, iniciando então uma investigação. Não demorou muito para que a polícia chegasse até a autora do crime, após verificar que a tal compradora de cães, Darlene Fisher, não existia.

Além disso, Montgomery causou alarde em seu bairro após chegar em casa inesperadamente com uma criança nos braços. 24 horas após o crime, a mulher fora detida.

O bebê acabou sendo entregue para a família de sua mãe e Lisa confessou o crime. No ano de 2007, após uma longa deliberação do júri, saiu á condenação: culpada por homicídio, a mulher deverá sofrer a pena de morte.

A defesa tentou alegar que a assassina passou por estresse pós-traumático após os abusos sofridos na infância, resultando em pseudociese, um transtorno que faz a paciente acreditar que está grávida.